O Ministério Público de Goiás confirmou a apresentação da segunda denúncia, com novo pedido de prisão, contra João de Deus. Os promotores acusam o médium pelos crimes de estupro de vulnerável, contra quatro vítimas, e por violência sexual, contra uma pessoa. Outras oito vítimas de supostos abusos que já estão prescritos figuram como testemunhas. Além de testemunhos, entre as provas juntadas estão fotos, documentos, presentes e até comprovantes de recebimento “em espécie de benesses”.
Os crimes citados na nova denúncia teriam acontecido entre os anos de 1990 e 2018, quando as vitimas – dos Estados Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal – tinham idade entre oito e 47 anos na época dos fatos. Para justificar o novo pedido de prisão, a promotoria defende que a medida tem o objetivo de preservação das vítimas de eventuais represálias “físicas e espirituais”.
João de Deus foi interrogado anteontem pelos promotores dentro do Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, onde ele está preso desde o dia 16 de dezembro. Na última quarta-feira (9), o médium virou réu por estupro de vulnerável e violência sexual mediante fraude, depois que a juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da Comarca de Abadiânia, aceitou a primeira denúncia do Ministério Público, que o acusou de ter cometido os crimes contra quatro vítimas.
Também na semana passada, a Polícia Civil de Goiás indiciou o médium e sua mulher, Ana Keyla Teixeira, por posse ilegal de armas. Na ocasião, o médium também foi indiciado por violação sexual mediante fraude por um crime que teria sido cometido há três anos contra uma vítima de São Paulo. De acordo com os promotores de Goiás, o Ministério Público já recebeu 688 contatos sobre o médium, dos quais foram identificadas 300 vítimas.
Advogado do líder espiritual, Alberto Toron disse, em nota, que “chega a ser medonho” o que o MP faz no caso. Segundo ele, a defesa tem poucas informações e interrogatórios são marcados em cima da hora, sem tempo para que os advogados leiam todos os documentos.