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MPE vai analisar PPP do bosque

JF PIMENTA-ARQUIVO TRIBUNA

O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) protocolou, em 8 de janeiro, representação judi­cial junto ao Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Am­biente (Gaema), braço do Mi­nistério Público Estadual (MPE) para questões ambientais, na tentativa de anular o estudo de viabilidade de Parceria Público -Privada (PPP) para adminis­tração do Bosque e Zoológico Municipal Doutor Fábio de Sá Barreto. A proposta foi viabili­zada pelo passado. Não está in­cluído no edital o Morro do São Bento, considerado área de pre­servação ambiental (APP).

Após analisar a representa­ção e definir que pelo menos neste momento não houve dano ao meio ambiente, o Gaema encaminhou o pedido para a Promotoria do Patrimônio Pú­blico. Segundo a vice-presidente do Comdema, Simone Kandra­tavicius, o próximo passo será aguardar a decisão do Ministé­rio Público Estadual.

“Estamos confiantes em uma decisão favorável, pois so­mos um órgão deliberativo e te­ríamos que ter participado deste processo desde o início”, afirma. De acordo com o Comdema, a prefeitura de Ribeirão Preto inverteu o processo de chama­mento público, visto que cabe­ria ao município definir o que pretende em relação aquela área de preservação para, a partir daí, buscar na sociedade civil quem tem interesse em viabilizar estas propostas. “E não fazer o inverso e deixar a iniciativa privada di­zer e definir o que deve ser feito”, completa a conselheira.

Até o final de dezembro, a prefeitura de Ribeirão Preto ha­via recebido apenas uma pro­posta de entidade interessada em realizar estudo de viabilida­de da PPPdo Bosque Fábio Bar­reto. Atualmente, a Comissão de Licitações da Secretaria Munici­pal da Administração analisa o projeto e, se ele for considerado viável e o proponente apresentar a documentação exigida no edi­tal, os estudos e levantamentos sobre o local terão início para, então, ser apresentada uma al­ternativa. O prazo para conclu­são desta fase é de 60 dias após o recebimento pelo interessado da autorização para os estudos.

Depois desta etapa, uma comissão formada por técnicos das áreas envolvidas da prefei­tura fará a análise do projeto e verificará se a proposta atende aos requisitos formais, técnicos e jurídicos estabelecidas pela legislação que regulamenta as PPPs. Também será considera­do se está adequado à legislação e às diretrizes estabelecidas pelo Comdema, além do aspecto fi­nanceiro, ou seja, se a parceria é economicamente interessante para a cidade. Por ainda depen­der de estudo não é possível afir­mar o que poderá integrar a PPP.

O local recebe cerca de 25 mil pessoas por mês – mais de mil por dia, já que não abre às segundas e terças-feiras –, e a en­trada é franca, mas com a PPP a empresa poderá cobrar ingresso, dependendo do modelo de par­ceria. Atualmente 23 servidores municipais atuam no Zoológico Fabio Barreto, com 830 animais de 156 espécies sob seus cuidados. O Bosque de Ribeirão Preto está localizado no Parque Municipal Morro do São Bento, um espa­ço de lazer com 250.880 metros quadrados de muita área verde com Jardim Japonês, lagos, flo­res, quiosques, pontes, alamedas para caminhadas e um mirante de 45 metros de altura.

No local existem 30 espé­cies de primatas, felinos e roe­dores, entre eles pumas, onças, capivaras, cervos, antas, saguis, micos raros e os divertidos ma­cacos-prego. No setor de répteis faz sucesso o Terrário com suas serpentes peçonhentas e não pe­çonhentas (sem veneno) e lagos com tartarugas, lagartos e jaca­rés em extinção, como o jacaré-de-papo-amarelo. Já no Aquário existem peixes brasileiros de várias espécies, raias e lontras. Também há aves de todos os ti­pos, como araras e tucanos.

Interdição
Todo o complexo do Morro do São Bento já foi interditado em 2017 em função de uma liminar do MPE, em ação con­junta do Gaema e da Promo­toria de Justiça de Habitação e Urbanismo. Na época foi cons­tatado que o local possuía diver­sas edificações que não tinham Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) apesar de receberem grande fluxo de pes­soas diariamente.

O complexo é formado pelo Bosque Fábio Barreto, Teatro de Arena Jaime Zeiger, Teatro Municipal, Sete Capelas, Cava do Bosque e a Secretaria de Cultura. Atualmente, segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, os problemas em re­lação aos espaços subordinados aquela pasta foram soluciona­dos. O Gaema também cobra a apresentação de um Plano Ma­nejo, mas, segundo publicação no Diário Oficial do Município de 29 de outubro, a pasta prorro­gou o prazo para conclusão em 180 dias (seis meses).

Nas décadas de 1980 e 1990, um restaurante atendia dentro do Bosque Fábio Barreto. Havia música ao vivo dentro do zooló­gico, compartilhando a área com centenas de bichos. Inaugurado nos anos 1950, o JR ganhou o no­ticiário quando defensores dos di­reitos dos animais iniciaram uma mobilização para fechar o estabe­lecimento. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur­sos Naturais Renováveis (Ibama) obrigou uma ampla reforma para adequação e o fechamento do restaurante. As obras foram realizadas em 1997. O local ficou sete meses fechado.

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