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Quem mais amou no mundo?

Lá se vai um tempo de uma linda história do cursinho de catecismo da professora Vininha e seus românticos alunos da turma de 1977, que entre as jabuticabeiras dos quintais do Estigmatinos, conversavam sobre Caim e Abel, Adão e Eva. O inebriante “céu de brigadeiro” já brilhava como de costume a manhã daquele domingo, com seu sedutor tom azul-anil inconfundivelmente consagrado pelo olhar Liz Taylor.

Mas os estudantes estavam macambúzios e sonolentos pela razão do despertar prematuro e assim, aguardavam silenciosos a chegada da professora Vininha, quando, de repente, ela entra toda imponente e retumbante para dar o veredicto tão aguar­dado. A prova final está marcada para o próximo domingo e somente terá uma única questão, caso não respondida com acerto terá que repetir o ano de catequese.

Diz o senso comum que um avião não cai por uma única razão, há uma cadência de fatores que se sucedem à trágica queda e foi assim mesmo que a bomba da turma de catecismo de 77 se anunciara. Durante a semana, o saudoso Cine Cente­nário, na esquina da General Osório com a Barão do Amazo­nas, anunciou em avant-premier o filme “Romeu e Julieta”, ba­seado no romance de Shakespeare, e a turma da Dona Vininha esteve presente em peso para lotar os 800 lugares do cinema.

Logo então chega o domingão da prova final e a professora dita a pergunta mais importante de todos os tempos: “Quem mais amou no mundo?” E toda a molecada responde sem nenhuma discordância: foi Romeu e Julieta. Este artigo é uma homenagem à “Tia” Maria Cristina Gonçalves, advogada e filha da professora de catecismo, a Dona Vininha.

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