O município de Sales Oliveira foi o primeiro colocado em um ranking de importações de produtos elaborado pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi, da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto. Os dados pertencem ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e mostram os 10 dos 85 municípios da região de Ribeirão Preto que mais cresceram em importações e aqueles que mais importaram no biênio 2017/2018. “Quem mais cresceu não tem a economia lastreada na indústria,” diz o economista Antonio Vicente Golfeto.
No caso específico de Sales Oliveira, e de outros quatro municípios que mais cresceram em importações (Altinópolis, Ibaté, Barrinha e Santa Rita do Passa Quatro), o total em dólares foi de 1,31 milhão no biênio. Sales Oliveira saltou de US$ 18.176 em 2017 para US$ 154.353 em 2018, o equivalente a 749%. “Por não serem municípios industrializados, essas mercadorias estrangeiras chegaram para suprir demandas específicas nas áreas de informática, por exemplo,” aponta Golfeto.
Já entre os municípios que mais importaram mercadorias encontra-se São Carlos, polo de alta de tecnologia nacional e que traz do exterior equipamentos capazes de agregar valor ao que é produzido em seu parque industrial. Dos US$ 190. 939. 356 investidos em 2017, esse números saltaram para US$ 401.359.122 em 2018, crescimento da ordem de 110,20%. “A indústria são-carlense está assentada na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Federal (UFSCar), dois polos de excelência em capacitação e pesquisa em alta tecnologia,” diz o economista.
Dentre os cinco que mais importam, além de São Carlos, estão Ituverava, Ribeirão Preto, Barretos e Igarapava. Com exceção de Ribeirão Preto, os demais trazem produtos de fora para agregar valor à produção local.
No caso específico de Ribeirão Preto, Antonio Vicente Golfeto esclarece que o município é um hust – um grande polo distribuidor de produtos importados para uma região cada vez mais crescentes, que já extrapola os limites de sua região administrativa, composta por 85 municípios. Hoje, segundo a pesquisa, esse polo já chega a Goiás e Tocantins. “A logística favorece o município, sem contar o fato de, historicamente, Ribeirão Preto ser um grande centro varejista,” diz.
Em 2017, o município importou US$ 147.938.928 contra US$ 184.281.750 em 2018, crescimento de 24,57%, o que o coloca em terceiro lugar no ranking dos que mais importaram, atrás de São Carlos, Ituverava e à frente de Barretos e Igarapava.