Ribeirão Preto, que no ano passado havia despencado 40 posições no Ranking Ambiental do Programa Município Verde Azul (PMVA) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SMA) em relação a 2016, caindo do 43º para o 83º lugar, conseguiu se recuperar em 2018 e agora ocupa a 41ª posição. Foram certificados 69 municípios que conseguiram atingir nota superior a 80 pontos. A colocação é resultado da avaliação técnica das informações fornecidas pelas prefeituras, com critérios pré-estabelecidos de medição da eficácia das ações executadas.
A nota de Ribeirão Preto, que fechou 2017 em 69.42, saltou para 85.63 neste ano – em 2016 obteve 85.49. As cidades mais bem colocadas têm prioridade na aprovação de projetos ambientais e, consequentemente, na liberação de recursos por parte do Estado. Ao lado do de 2014, a colocação do município no ranking em 2018 é a segunda melhor dos últimos oito levantamentos. Há quatro anos, porém, apesar da 41ª posição, a cidade obteve nota superior, de 89,24.
O melhor resultado foi obtido em 2015, quando Ribeirão Preto chegou ao 38º lugar com 88.14 de pontuação. A nota mais alta do município neste período foi registrada em 2012, de 89.40. Naquele ano, porém, a cidade estava na 56ª posição. Já o balanço de 2017 foi o terceiro pior da série – atrás de 2013 (pontuação de 74.65 e 81º lugar) e 2011 (81.90 pontos e a 122ª posição).
O resultado deste ano mostra uma evolução de 20,5% em relação ao de 2017, segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente. A solenidade de entrega dos certificados ocorreu na tarde de quinta-feira, 20 de dezembro, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista, quando o Programa Município Verde Azul (PMVA), lançado em 2007 pelo governo de São Paulo, premiou os municípios paulistas que respeitam os recursos hídricos e empregam boas práticas de sustentabilidade e gestão ambiental.
O prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) participou da cerimônia, que contou com a presença do governador Márcio França (PSB) e do secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Trani, além de representantes das cidades certificadas co o selo de Município Verde Azul. “Ribeirão Preto voltou a figurar entre os municípios certificados pelo programa Município Verde Azul, o que demonstra que a nossa gestão vai ao encontro daquilo que o planeta deseja”, diz Nogueira.
“Mostra que a nossa cidade tem a preocupação necessária para o desenvolvimento econômico e social, mas sempre preservando os recursos naturais”, emenda o prefeito ao parabenizar a cidade e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, chefiada por Otávio Okano, que já foi superintendente da Companhia de Tecnologia Ambiental do Estado de São Paulo (Cesteb).
As ações propostas pelo programa compõem as diretivas norteadoras da agenda ambiental local, abrangendo os seguintes temas estratégicos: esgoto tratado, resíduos sólidos, biodiversidade, arborização urbana, educação ambiental, cidade sustentável, gestão das águas, qualidade do ar, estrutura ambiental, conselho ambiental, uso do solo e educação e estrutura ambiental. As notas por quesito vão de zero a dez.
Em 2017, Ribeirão Preto obteve nota 6.02 em esgoto tratado, 7.82 em resíduos sólidos, 7.50 em biodiversidade, 6.66 em arborização urbana, 8.00 em educação ambiental, 7.25 em cidade sustentável, 6.76 em gestão das águas, 8.46 em qualidade do ar, 10.00 em estrutura ambiental e 6.45 em conselho ambiental. O quadro da SMA também cita 4.83 em uso do solo e 7.67 em estrutura e educação ambiental.
Neste ano, a cidade avançou e obteve nota 9,97 em esgoto tratado, nota 10.00 em resíduos sólidos, 7.90 em biodiversidade, 6.33 em arborização urbana (caiu em relação a 2017), 10.00 em educação ambiental, 8,70 em cidade sustentável, 7.30 em gestão das águas, 8.65 em qualidade do ar, 10.00 em estrutura ambiental e 7.75 em conselho ambiental. O quadro da SMA também cita 9.10 em uso do solo (era de 4.83 no ano passado) e 7.95 em estrutura e educação ambiental.
O primeiro Ranking Ambiental do PMVA foi anunciado em 2008, com a certificação de 44 municípios, em 2017 certificou 48 cidades e, neste ano, mais 69. Os dez municípios mais bem classificados no ranking atual são São José do Rio Preto (nota 94.65, inferior ao do vencedor de 2017, Novo Horizonte, com 97.45, que em 2018 ficou em quinto lugar com 92.64), Botucatu (segundo com 93.96), Santa Adélia (terceiro com 93.20), Fernandópolis (quarto com 92.70), São Pedro do Turvo (sexto com 92.63), Campinas (sétimo com 91.58), Araçoiaba da Serra (oitavo com 90.87), Itu (nono com 90.72) e Americana (10º com 90.31).
Na região de Ribeirão Preto, os destaques são Franca (20º lugar e nota 87.86), Monte Alto (21º lugar e nota 87.83) e Pradópolis (33º e 85.54). O Programa Município Verde Azul tem o inovador propósito de medir e apoiar a eficiência da gestão ambiental com a descentralização e valorização da agenda ambiental nos municípios. Assim, o principal objetivo do PMVA é estimular e auxiliar as prefeituras paulistas na elaboração e execução de suas políticas públicas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do estado de São Paulo.
Pontuação de RP nos últimos 8 anos
41ª posição em 2018, com 85.63 pontos 83ª posição em 2017, com 69.42 pontos 43ª posição em 2016, com 85.49 pontos 38ª posição em 2015, com 88.14 pontos 41ª posição em 2014, com 89.24 pontos 81ª posição em 2013, com 74.65 pontos 56ª posição em 2012, com 89.40 pontos 122ª posição em 2011, com 81.90 pontos
Pontuação de RP por quesito
Em 2017
Esgoto tratado: 6.02 Resíduos sólidos: 7.82 Biodiversidade: 7.50 Arborização urbana: 6. Educação ambiental: 8.00 Cidade sustentável: 7.25 Gestão das águas: 6.76 Qualidade do ar: 8.46 Estrutura ambiental: 10.00 Conselho ambiental: 6.45 Uso do solo: 4.83 Estrutura e educação ambiental: 7.67
Em 2018
Esgoto tratado: 9,97 Resíduos sólidos: 10.00 Biodiversidade: 7.90 Arborização urbana: 6.33 Educação ambiental: 10.00 Cidade sustentável: 8,70 Gestão das águas: 7.30 Qualidade do ar: 8.65 Estrutura ambiental: 10.00 Conselho ambiental: 7.75 Uso do solo: 9.10 Estrutura e educação ambiental: 7.95
Falta de arborização é o principal problema
Apesar de ter subido do no ranking do programa Município Verde Azul (PMVA) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Ribeirão Preto anda tem problemas ambientais. O principal deles é a falta de homogeneidade no plantio de árvores, o que faz com que regiões como Norte, Centro e Oeste tenham carência de áreas verdes. Neste quesito, a nota da cidade foi de 6.33, contra 6.66 do ano passado, em uma escala que vai de zero a dez.
Vice-presidente da Comissão Permanente do Meio Ambiente da Câmara Municipal, o vereador Marcos Papa (Rede) cobra o plantio de árvores de forma mais homogênea na cidade. Segundo ele, existem aglomerados como o Parque Morro do São Bento, a Mata de Santa Tereza e o campus da Universidade de São Paulo (USP), decisivos para o aumento do índice de cobertura arbórea. Contudo, em bairros como o Jardim Jandaia a falta de plantas faz a temperatura no bairro ser, em média, três graus acima de outras regiões.
“Ribeirão Preto tem um excelente Plano Diretor de Arborização Urbana elaborado por técnicos competentes, mas ele precisa sair do papel”, afirma o parlamentar que já conversou com Otávio Okano, secretário do Meio Ambiente, sobre o assunto. “Ele se mostrou interessado e receptivo em implementá-lo integralmente”, completa.
Dados da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Ribeirão Preto revelam que desde 2017 já foram plantadas no município – zona rural e zona urbana – 91.400 árvores, ou seja, uma média diária de 169 mudas . Isso sem contabilizar outras 73.216 espécies plantadas na Estação Ecológica Guarani, localizada as margens da Todovia Abraão Assed (SP-333), nas proximidades do Rio Tamanduá e do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto