Tribuna Ribeirão
Geral

Larga Brasa

Vingança maligna
Em cidade situada nas proximidades da divisa de Minas Gerais com São Paulo, um motorista de caminhão, homem trabalhador, chefe de família exemplar começou a notar algumas brincadeiras quando estava no barzinho próximo de sua casa, nos momen­tos de folga, e havia recebido alguns avisos transversos sobre a sua situação incomoda de portador de “guampas” (chifres) como dizem os gaúchos. Ele estava fixado nesta situação, nos avisos e a checagem do comportamento daquela com quem convivia por muitos anos. Ficou muitas vezes brigando consigo mesmo. Como poderia aquela mulher que ele havia retirado da “zona” fa­zer isto com ele. Ele viajava muito e ficava por muitos dias carre­gando materiais perecíveis para o Norte e Nordeste.

Depois do feriado a constatação
Ele armou um esquema segundo o qual não havia como não pegar o “Casanova” ou o “Zorro”, assim chamado por ser ami­go do “Tonto”. Planejou uma situação que era “tiro e queda”. Depois de um feriado prolongado ele preparou a mulher com a qual não tinha filhos para a viagem distante. Até havia con­vidado para que ela o acompanhasse. Ela se negou a viajar dizendo que havia uma série de tarefas domésticas a realizar.

Na madrugada
O motorista procedeu como rotineiramente fazia. Levantou-se às três horas da madrugada. Fez a mala. Pegou seu nécessaire e o dinheiro para o combustível e para a alimentação. Foi até a cama da mulher e lhe deu um beijo de despedida. Fez questão de ace­lerar o caminhão diesel com mais força que o normal, para que todos ouvissem que ele já estava saindo para a longa jornada.

Estrada a fora
Seguiu estrada a fora e parou em um grande posto na bifurca­ção de duas rodovias importantes. Pegou um táxi e voltou para sua residência. Ficou de tocaia e aguardou o traidor chegar com pinta de “urubu malandro” e, pé ante pé, entrar na casa, onde o esperava na porta com beijinho e tudo a sua esposa. Ele se roia por dentro, mas fiel ao plano, aguentou todas as cenas da traição.

Na hora ‘H’
Era época natalina e as lâmpadas das arvores festivas ilumina­vam as residências vizinhas. Sem fazer ruídos ele adentrou com um revolver na mão esquerda, pois era canhoto, e apanhou o ca­sal espúrio em plena função. Com calma, mesmo diante de um ex- amigo apavorado, tentando se explicar (não é isto que você está pensando…) com o choro convulsivo da mulher ele teve a calma de pedir que ela colocasse a mão espalmada em sua dire­ção. Retirou do bolso uma bisnaga da recém lançada cola super rápida e cola tudo e besuntou totalmente a mão da mulher, apon­tando o revolver e mandando que ela pegasse o órgão sexual do traidor. Assim ela o fez. Ele mandou que aguardasse. Em poucos segundos a cola fez efeito e ficaram grudados.

Acompanhou-os ao hospital
Ele os acompanhou até ao hospital e entregou aos médicos. Foi uma confusão geral. Pelo ineditis fato e pela dificuldade de se saber como proceder o hospital inteiro se mobilizou. Na época estávamos no Plantão Policial e Ribeirão Preto era a maior cidade da região. Telefo­naram para o Delegado Plantonista que procurou entrar em contato com químicos e outros experts para saber como descolar. Somente em Campinas, em uma das fábricas daquela cola é que se soube que um composto de milho poderia soltar a mão do “órgão masculino”. Assim se fez e ambos ficaram livres O motorista que tirou fotos da situação, entrou com o divórcio e se livrou do apelido de “corno” que a cidade inteira entoava baixinho quando ele passava.

Hoje há antidoto
Talvez por esta e outras situações algumas fábricas vendem a cola com um “descola tudo” junto. Basta solicitar informações nas lojas especializadas para ter em mãos tal produto químico. Nunca se sabe…

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