Tribuna Ribeirão
Política

Lorenzoni enfrenta disputa com militares

Valter Campanato/Agência Brasil

As divergências na equipe de transição do governo Jair Bolso­naro ficaram mais evidentes nesta quarta-feira, 5, quando o general Hamilton Mourão, vice-presidente eleito, expôs o embate entre o grupo de militares da nova admi­nistração e o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM -RS). Nos bastidores, há uma disputa pelo comando da coorde­nação de governo e reclamações sobre a forma como Lorenzoni tem buscado protagonismo.

Em Belo Horizonte, onde esteve para participar de um en­contro com empresários, Mourão disse que, se forem encontradas irregularidades na investigação aberta contra Lorenzoni, ele terá de deixar o governo.

Relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República e determinou a abertura de petição autônoma (fase ante­rior ao inquérito) para apurar de­núncias de pagamentos de caixa 2 da J&F ao deputado Lorenzoni nas campanhas de 2012 e 2014. “Uma vez que seja comprovado que houve ilicitude, é óbvio que terá que se retirar do governo. Mas, por enquanto, é uma investi­gação”, afirmou Mourão.

As declarações do general es­quentaram ainda mais o clima com Lorenzoni, que nega as acusações e chegou a dizer que a investiga­ção era uma “bênção” para que o caso fosse esclarecido.

Em Brasília, questionado sobre as afirmações de Mourão, Bolso­naro titubeou antes de responder. “Em havendo qualquer compro­vação de uma denúncia robusta, contra quem quer que esteja no governo, ao alcance da minha caneta BIC, ela será usada”, disse o presidente eleito.

Na prática, há uma avalia­ção do núcleo militar – hoje com sete integrantes indicados para o primeiro escalão – de que será impossível Lorenzoni conduzir negociações com o Congresso e ainda acumular a coordenação da equipe ministerial. Essa constata­ção se baseia no fato de as duas tarefas exigirem muito trabalho e dedicação para ficarem sob a res­ponsabilidade de um só ministro.

O novo embate no núcleo da transição é para que o controle das ações administrativas fique com a Secretaria de Governo, nas mãos do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, designado para fazer a interlocução com Estados e municípios, além de cuidar do Pro­grama de Parcerias de Investimen­tos (PPI). Nesta semana, porém, o próprio Lorenzoni assegurou que a coordenação de governo permane­ceria na Casa Civil.

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