Damares Alves, assessora do senador Magno Malta (PR-ES), será a titular do futuro Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O anúncio foi feito nesta quinta-feira (6) pelo futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
A pasta englobará a Funai (Fundação Nacional do Índio), subordinada até o momento ao Ministério da Justiça e que estava com o destino indefinido.
“A ministra cuidará da pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Ela também receberá na pasta dos Direitos Humanos a Funai, visto que ela inclusive é mãe de uma índia”, declarou Onyx ao anunciá-la.
Após o anúncio de que será ministra, Damares, que é pastora evangélica, afirmou que a prioridade na pasta será a formulação de políticas públicas que “não têm chegado às mulheres”, com foco em mulheres ribeirinhas, pescadoras, catadoras de siri e quebradora de coco. Outra área a ter atenção especial, elencou, será a da infância, com um “pacto de verdade”.
‘Afronta a Malta’
O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) considerou uma provocação a escolha de Damares Alves para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. “Se antes parecia uma ingratidão, agora fica claro que há uma intenção de afrontar o Magno Malta”, disse à reportagem o parlamentar que é membro do núcleo duro da frente evangélica na Câmara.
Desde o início da campanha de Jair Bolsonaro, o senador do PR era um dos cotados para assumir uma posição no primeiro escalão do presidente eleito. “Eu gosto muito da Damares, mas acho que ela também erra ao aceitar o convite, ignorando o Magno Malta”, completou Sóstenes. Damares é assessora lotada no gabinete do senador e candidato derrotado à reeleição.