Ao contrário dos bazares que viraram febre em Ribeirão Preto, o Bazar Sustentável, como o próprio nome diz, destaca-se por reunir produtos com conceito de preservação ambiental e desenvolvimento econômico. Segundo as organizadoras, é uma forma de reduzir o descarte do lixo e transformar o que é reciclável em produtos artesanais.
Restos de madeira viram diferentes e divertidas árvores de Natal, cabaças servem de base para a pintura de presépios, garrafas se transformam em vasos, sobras de couro viram calçados bordados à mão, CDs ganham novas utilidades, como a de porta-recado, e bijuterias antigas são renovadas – só para citar alguns exemplos de reciclagem.
Essas obras de arte poderão ser vistas no próximo sábado, 8 de dezembro, das dez às 19 horas, no Salão de Eventos do Hotel Araucária, na rua João Penteado nº 2.103, próximo à avenida Antonio Diederichsen, no Jardim América, Zona Sul de Ribeirão Preto. A grande novidade da 12ª edição são os produtos de limpeza 100% natural da Bio Wash, empresa de Jarinu, na região de Campinas.
São mais de 40 itens biodegradáveis, hipoalergênicos e formulados com matéria-prima de origem vegetal, como álcool de cana e aloe vera. A filosofia da empresa vai ao encontro à do bazar: “para limpar não é preciso sujar o planeta”. Outro destaque são as guitarras customizadas, feitas com caixas de charuto, um processo totalmente artesanal para produtos únicos.
A ideia da Cigar Box Guitars foi desenvolvida por dois amigos de Serrana, que recebem encomendas até de outros países. Eles também utilizam madeira de demolição para montar os instrumentos, cujo som pode ser apreciado durante o bazar. Em vários momentos os acordes do blues vão ecoar pelo ambiente. E no início da tarde, quem vai levar música de qualidade para expositores e visitantes é o músico Marcio Bá. Com o sax, o multi-instrumentista toca chorinho e flerta com o jazz, numa apresentação performática que contagia as pessoas.
O Bazar Sustentável é um espaço importante para o desapego de roupas paradas no armário para usar um dia e esse dia nunca chega. Alguns expositores estarão com araras repletas de roupas que saíram do armário de mulheres descoladas, donas de modelos que estavam apenas pendurados. Algumas peças são customizadas e ganham novos estilos. Essa é uma outra prática do consumo consciente ou do melhor consumo que propõe a economia circular de roupas paradas. Por que guardar ou descartar o vestido que usei apenas uma vez se ele pode ser útil para outra pessoa? Fazemos valer aqui os três “erres” – reduzir, reutilizar e reciclar, que faz parte do modelo sustentável do mundo moderno.
Além de priorizar o desenvolvimento sustentável, esse mercado abre espaço para a economia informal. Grande parte dos expositores sobrevive com a venda dos produtos e aproveita a época do Natal para desenvolver peças temáticas de decoração. São 35 participantes de Ribeirão Preto, Altinópolis, Sertãozinho e Serrana.
O bazar é aberto ao público, mas a sugestão é levar uma embalagem reciclável, como plástico, vidro ou papel, para ajudar o Cataki, um projeto criado por uma ONG de São Paulo para conectar catadores com pessoas e empresas que querem descartar materiais recicláveis. Trata-se de um aplicativo que será divulgado por uma ambientalista que começou um trabalho voluntário para fazer esse projeto crescer na região de Ribeirão Preto.