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Neurociência do Treinamento Cerebral (3)

Inúmeros estudos têm revelado que a habilidade cognitiva geral, ou inteligência, correlaciona-se com o desempenho tanto em tarefas cognitivas quanto em atividades complexas, tais como tocar música, jogar xadrez e vídeo games. Nas duas últimas décadas, pesquisadores têm extensivamente investi­gado os efeitos do engajamento nos programas de treinamen­to cognitivo e das atividades intelectualmente demandantes sobre a inteligência.

Vários pesquisadores independentes têm mostrado que a variabilidade entre os estudos pode ser explicada pela quali­dade do delineamento experimental e artefatos estatísticos. Aqueles estudos, incluindo amostras muito grandes e grupos controles ativo freqüentemente encontraram que não há efei­tos relacionados ao treinamento cognitivo, ou cerebral. Em outras palavras, os estudos mostraram que praticar progra­mas de treinamento cognitivo ou se envolver em atividades intelectualmente demandantes não enriquece a habilidade cognitiva geral ou qualquer habilidade cognitiva. No melhor, tais intervenções melhoram apenas o desempenho em tarefas similares àquelas treinadas.

Devido às suas implicações teóricas e sociais, treinamento cognitivo tem sido um dos tópicos mais influentes em psico­logia e neurociência. A suposição subjacente ao treinamento cognitivo é que a habilidade cognitiva geral, ou inteligência, pode ser enriquecida praticando-se tarefas cognitivas ou atividades intelectualmente demandantes, como por exemplo, jogar xadrez.

Assim considerando, cabe perguntar: o xadrez produz benefícios para a habilidade cognitiva geral, ou inteligência? Será que melhora, realmente, nossa capacidade para enfrentar e solucionar problemas, bem como, promove o ajustamento pessoal, social e acadêmico das crianças e adolescentes? Há, atualmente, muitos estudos e experiências tanto no domínio educacional quanto no esportivo que têm investigado o en­riquecimento intelectual e sócio-emocional das crianças em fase escolar.

A relação entre processos mentais usados pelos enxadris­tas e processos mentais desempenhados por um cientista em busca de solução para um problema é muito similar. Supõe-se que o método científico é similar ao esquema usado pelo enxadrista para analisar a posição e o movimento do adver­sário: análise e pesquisa, cálculo, avaliação, seleção e decisão. Ademais, processos intelectuais, tais como, atenção, memória, concentração, criatividade e raciocínio, entre outros, são esti­mulados e fomentados na prática do xadrez. Isto porque jogar xadrez requer pensamento rigoroso, o qual deve combinado com grande habilidade mental para ser efetiva.

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