Tribuna Ribeirão
Cultura

Verônica Ferriani faz show em RP

Há quem associe as grandes metrópoles à metáfora “selva de pedra”. A cantora e compositora Verônica Ferriani, contudo, usa a forma de um aquário para fa­zer alusão aos grandes centros urbanos. Isso porque as pessoas têm buscado viver em ambien­tes cada vez mais controlados, em condições ideais de tempe­ratura e pressão. Se por um lado conforta a sensação de perten­cimento, por outro isso se torna também um fator limitante e pa­dronizador de costumes e ideias.

Inspirada pela complexidade das relações coletivas, Verônica Ferriani batizou seu novo traba­lho de “Aquário”. Produzido por Diogo Strausz e coproduzido pela própria artista, o disco che­gou ao mercado em setembro. Nesta sexta-feira, 30 de novem­bro, ela estará em Ribeirão Preto, sua terra natal, para apresentar o repertório do novo álbum no palco do Teatro Minaz.

Sucessor de “Porque a boca fala aquilo do que o coração tá cheio (2013)”, o álbum “Aquá­rio” afasta a compositora do tom confessional feminino e da temática amorosa para colocá-la diante de temas coletivos recor­rentes à consciência contempo­rânea. São eles: as transições, as simultaneidades e o desejo de pertencimento e de contato com mistérios existenciais.

“Para isso, criei perfis realistas e/ou futuristas em reflexões que vão do tribunal – implacável – das mídias sociais, do moralismo restritivo e das relações de poder e interesse até uma afeição entre humanos e robôs”, conta a cantora nascida em Ribeirão Preto.

Composto por 12 faixas autorais, o disco é de poesia profunda e som dançante. Foi agraciado com algumas partici­pações especiais. Manoel Cor­deiro, por exemplo, tocou piano wurlitzer e violão de nylon na faixa “É só o amor” (ele tam­bém aparece com o seu violão em “Amadurecer”). Mestrinho deixou sua sanfona marcada em “Ponto de fuga”, música em que Teco Cardoso assumiu o pife.

Acompanhada por Patricia Ribeiro (cello), Filipe Faria (baixo) e Cauê Silva (percussão e progra­mações), Verônica Ferrinai inter­preta – da nova safra – “Amado imortal”, inspirada por um epi­sódio ultramelancólico da série “Black Mirror”, chamado “Volto já”, além de “Bússola” e “Nave”. O público pode esperar também por algo do trabalho antecessor.

O Teatro Minaz fica na rua Carlos Chagas nº 273, Jardim Paulista. Os ingressos custam R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada) para ambos os setores (A e B). Estão à venda no site www.ingressora­pido.com.br (Ingresso Rápido) e, no dia do evento, na bilheteria do espaço cultural.

A meia-entrada só vale para estudantes com carteirinha da ins­tituição de ensino, professores da rede pública (municipal e estadu­al) com apresentação de holerite ou documentação e aposentados, idosos acima de 60 anos com do­cumento comprobatório (cédula de identidade, RG), pessoas com deficiência, jovens de baixa ren­da, coordenadores pedagógicos e supervisores. Informações pelo telefone (16) 3941-2722.

Verônica Ferriani
A ribeirão-pretana Verônica Ferriani lançou seu primeiro dis­co em 2009, com a regravação de canções lado B de Gonzaguinha, Paulinho da Viola e João Dona­to, entre outros. No mesmo ano, gravou o projeto coletivo “Sobre palavras”, com músicas de Chico Saraiva e letras de Mauro Aguiar. Integrou a Gafieira São Paulo, vencedora do 22º Prêmio da Mú­sica Brasileira como melhor gru­po de samba, em 2011, e também excursionou em turnê voz e violão com Toquinho.

Em 2012, foi convidada para participar do Projeto Novas Vo­zes do Brasil, promovido pelo Itamaraty, e se apresentou em países como Colômbia, Por­tugal, Espanha, Rússia e Japão. No ano seguinte, lançou seu segundo disco, “Porque a boca fala aquilo do que o coração tá cheio”, somente com músicas autorais, uma grata surpresa para o público e crítica.

Venceu os Prêmios Catavento (2009), Profissionais da Música (2016) e Grão (2018). Entre 2012 e 2016, participou do Projeto Novas Vozes do Brasil e, em uma parce­ria do Itamaraty com o Ministério da Cultura, fez shows a convite das Embaixadas do Brasil na Colôm­bia, Portugal, Espanha, Rússia, Ja­pão, Israel e Argentina.

Verônica Ferriani já dividiu palcos com Beth Carvalho, Ivan Lins, Martnália, Spokfrevo Or­questra, Jair Rodrigues, Francis Hime, Martinho da Vila, Tom Zé, Élton Medeiros, Moacyr Luz, Moska, Oswaldinho da Cuíca, Maria Alcina, Criolo e Zé Renato, entre outros.

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