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Larga Brasa

Concorria com as abelhas
A Polícia recebia com sequência reclamações de mel vendido por falsos caipiras nas ruas das cidades de toda a região. Cidadão com chapéu de roça, palha no bolso traseiro da calça, botinão de “carregar pela boca” e jeitão meio mineiro e meio paulista. Chegavam por trens ou nas rodoviá­rias e faziam o seu comércio nas calçadas ou batendo de porta em porta. O precinho era camarada, mas a produção era em larga escala.

Sherlock
Os policiais analisavam as queixas segundo as quais o mel tinha gosto de capim cidreira, era palatável, tinha pedaços de favos para garantir que era natural e até possuía uma aparência saudável. Um investigador seguiu um vendedor de uma pequena cidadezinha na di­visa de Minas até Cravinhos, na área rural. Ficou de “campana”, como se dizia estar o policial em investigação. Passou uma noite bem pró­ximo de um galpão de roça e viu “com os próprios olhos que a terra há de comer” o que se passava no sítio-fábrica de mel.

Tachos e produção industrial
Varias pessoas colocavam açúcar nos tachos colocados em grandes fogões que ficavam fervendo por dias e onde se misturava o capim cidreira ou erva cidreira, produto que era plantado em todo o pasto. “As “fabricantes” não po­diam parar de mexer a mistura até chegar ao” ponto de bala “(bala de coco)”. Em seguida deixavam decantar e, depois de o produto frio, ele era filtrado em equipamentos próprios e, conforme o resultado final era mais denso ou não.

Vidros limpos e cuidados no preparo
Todas as mulheres envolvidas na produção concorrente das abelhas utilizavam-se de aventais, prendiam seus cabelos com panos bran­cos e se utilizavam de “alpargatas rodas” em piso cimentado. Os pe­quenos caminhões aguardavam todo o ciclo de preparação para levar litro a litro até aos vendedores que colocavam as garrafas em sacos de açúcar brancos para o transporte.

Prisão dos donos
Depois de passar dias e noites na investigação, no final, o investigador le­vou seus colegas ao sítio na região de Serrana e Cravinhos e acabou com a “fábrica de mel”. Os donos foram presos e na casa deles foi encontrada uma grande quantidade de dinheiro escondido no colchão da cama do casal.

Prova dos nove
Quando na Delegacia de um município vizinho, o dono com o seu jeito acaipirado dizia como verificar, a verdadeira “Prova dos Nove”, para saber se o mel era verdadeiro ou “fabricado”. O preso dizia: coloque um palito de fósforo rapidamente no mel (ou falso). Enxugue. Tente acendê-lo. Se pegar fogo depois é verdadeiro. Se não pegar e o palito ficar encharcado de água, é falso. Se não é verdadeiro, é bem falado.

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