A Trupe Déja Vu estará no Teatro Santarosa, em Ribeirão Preto, nesta quinta-feira, 22 de novembro, às 20h30, para apresentar a obra-prima de Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (1622- 1673). O grupo vai encenar “O doente imaginário (Le malade imaginaire)”, a última peça escrita pelo dramaturgo francês, em 1673. O enredo é inspirado na clássica comédia que conta a história de um velho insanamente hipocondríaco. Ele exige que sua filha se case com um médico para ter proteção contra os males imaginários que ameaçam sua vida.
Argon é o hipocondríaco, carente, rico e ávaro burguês (tipo que sempre encontramos nas comédias de Molière). Em seu segundo casamento, com uma mulher mais nova e interesseira, vivia sobre a cama, com a constante visita de médicos. Sua empregada, a debochada Nieta, e sua filha, a romântica Angélica, completam a família.
Angélica, filha de Argon, apaixona-se por um rapaz, o romântico Cleanto. O pai, no entanto, quer que ela se case com um médico, pois desta forma teria assegurado consultas gratuitas sem ao menos precisar sair de casa. Em sua primeira montagem, o próprio Molière interpretava Argon, quando teve que ser retirado do palco após um violento acesso de tosse. Poucas horas depois, morreu de tuberculose.
Molière satiriza a precária ciência do seu tempo, a medicina. Faz uma crítica acirrada à relação médico-paciente, digna das relações marcadas pela frieza e pelo descaso. Como citado, esse personagem, rico e avarento, sempre foi recorrente na obra de Molière. Em “O doente imaginário”, ele disserta sobre a má fé dos poderosos – neste caso, a dos médicos. Naquela época, aqueles que se intitulavam médicos eram todos charlatães.
Molière, tanto em sua obra quanto em sua vida, sempre perseguiu os médicos. Em “O doente imaginário”, eles são apresentados como ignorantes e pretensiosos por ludibriarem e explorarem o hipocondríaco Argon. Em tom de comédia, coloca o espectador frente a manifestações do espírito humano que atravessam os séculos: a cobiça, a charlatanice, a arrogância, a hipocondria. Um dos motivos que faz do francês um dos nomes mais consagrados da dramaturgia moderna é o fato de que suas obras vão além do seu tempo e apresentam-se, ainda hoje, como retratos de muitas questões sociais.
Os ingressos custam R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada ou antecipado). Estão à venda no guichê do espaço cultural e no site especializado Bilheteria Express (www.bilheteriaexpress. com.br). O espetáculo não é recomendado para menores de 12 anos. O Teatro Santarosa fica na praça Rotary Club nº 325, bairro City Ribeirão, na Zona Sul. Mais informações pelo telefone (16) 3916-1350.
A Trupe Déja Vu
A paixão pela expressão corporal foi algo inevitável para os artistas do grupo teatral. Uma junção de talentos fez com que cada integrante fosse assumindo seu papel naturalmente no grupo. Assim, da heterogeneidade singular de cada ser humano, surgiu e a Trupe Déjà vu, pronta para te fazer rir.