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Daerp – CPI da Câmara vai apresentar relatório

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que investiga as licitações do Depar­tamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) vencidas pela Aegea Engenharia vai apre­sentar, na próxima semana, pro­vavelmente na quinta-feira, 22 de novembro, seu relatório final, que será lido em plenário e depois en­caminhado ao Ministério Público Estadual (MPE). Uma das três ações penais da Operação Sevan­dija, com nove réus, tramita na 4ª Vara Criminal.

Nesta semana, as vésperas da leitura do relatório final da CPI do Daerp, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Polícia Federal (PF) deflagraram Ope­ração Callichirus para desven­dar um suposto esquema de pagamento de propinas envol­vendo a empreiteira, cuja hol­ding é uma das maiores compa­nhias de saneamento do Brasil, e ex-diretores e funcionários do Daerp, no governo da ex-prefei­ta Dárcy Vera (sem partido).

A CPI tem Marcos Papa (Rede) na presidência e Bertinho Scandiuzzi (PSDB) na relatoria. Orlando Pesoti (PDT), Elizeu Rocha (PP) e Marinho Sampaio (MDB) completam a comissão da Câmara, que já colaborou com a força-tarefa da Sevandija. Com base em denúncia dos parla­mentares, o juiz Lúcio Alberto Eneas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Criminal, bloqueou R$ 18,3 milhões que o Daerp pagou à empresa por obras no municí­pio, diz o parlamentar.

“Muito bem-vinda a Opera­ção Callichirus. A Sevandija tem que ter seus desdobramentos. Precisamos levar os responsáveis à cadeia e o dinheiro roubado de volta aos cofres públicos. Ribeirão Preto precisa desse dinheiro”, enfa­tiza Papa. Durante a operação da última terça-feira, dia 13, três pes­soas foram presas e os promotores afirmaram que o ex-superinten­dente do Daerp, Marco Antônio Santos, recebeu R$ 1,1 milhão em propina mesmo depois de preso.

Santos está detido em Tre­membé desde março do ano pas­sado e é acusado de ter recebido mais de R$ 2 milhões em propina da holding Aegea Saneamento S/A para supostamente favorecer a empresa em licitações. Segun­do o Gaeco e a Polícia Federal, o ex-diretor da autarquia teria com­prado um apartamento de luxo na badalada Riviera de São Lou­renço, em Bertioga, no valor de R$ 1,6 milhão. O dinheiro seria proveniente de propina. Depois, através de um suposto “laranja” chamado Murilo Pires, que está preso preventivamente com o gerente financeiro da holding, André Luiz Teixeira, teria nego­ciado o imóvel e adquirido um flat na Vila Olímpia, bairro no­bre de São Paulo.

Este apartamento foi bloquea­do pela Justiça, assim como o di­nheiro dos aluguéis. A namorada de Santos, Telma Regina Alves, também foi detida. Todos são acu­sados de corrupção ativa e passiva, falsificação de documento públi­co e lavagem de bens e dinheiro. Todas as pessoas e empresas citadas acima negam a prática de atos ilícitos – Pires, Teixeira, Telma, Dárcy Vera e Santos. O ex-diretor financeiro do Daerp, Luiz Alberto Mantilla, fechou acordo de delação premiada e é o único dentre os nove réus a admitir fraudes nos processos li­citatórios. Ele acusa Santos de ter recebido R$ 600 mil ilegalmente.

O valor de um dos contratos assinados entre a empreiteira e a autarquia em 2014, inicialmente estimado em R$ 68,4 milhões para obras na rede de água de Ribeirão Preto, saltou para R$ 86 milhões com aditivos. A for­ça-tarefa entende que essa dife­rença foi usada para bancar o suposto esquema fraudulento. Apesar de ter sido protocolada antes da deflagração da Sevandi­ja, em setembro de 2016, a CPI do Daerp só foi instalada depois que a operação afastou nove ve­readores da base governista da então prefeita Dárcy Vera.

Na época, os membros da co­missão levaram a ata da votação para o Gaeco e as evidências de superfaturamento e de direcio­namento em favor da empresa Aegea eram evidentes, segundo os denunciantes. “A nossa investiga­ção provou isso. É grande o volu­me de documento que produzi­mos como prova”, destaca Papa. Santos e Dárcy Vera foram con­denados a 18 anos, nove meses e dez dias de prisão na ação penal dos honorários advocatícios. A defesa de ambos entrou com recurso. Eles negam os crimes e refutam as acusações.

Em nota, a Aegea Engenharia informou que “está colaborando com as autoridades”. “Fomos in­formados que um funcionário foi detido durante a ação e a empresa está prestando toda assistência ju­rídica necessária”. A nota informa ainda que “a Aegea desconhece qualquer irregularidade em rela­ção às investigações que ocorrem em Ribeirão Preto. Reforça que se­gue padrões de compliance inter­nacionalmente aceitos e atua com transparência, ética e integridade. Nesse sentido, se mantém à dispo­sição das autoridades”.

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