O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) tratou com o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), da nomeação do general Fernando Azevedo e Silva, ex-chefe do Estado Maior do Exército, como indicado para estar à frente do Ministério da Defesa em seu governo.
Em setembro, Azevedo e Silva foi indicado, a pedido de Toffoli, pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, como assessor do presidente do Supremo. Desde então, estava assessorando a presidência da Corte na formulação de políticas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de segurança pública, em especial do sistema carcerário. Auxiliares do Supremo ainda não sabem se o general continuará no tribunal nas próximas semanas.
O primeiro nome cotado para o Ministério era o do general Augusto Heleno, que acabou sendo indicado por Bolsonaro para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Em agosto, ainda como chefe do Estado Maior do Exército, Azevedo e Silva defendeu a “conciliação” e “tolerância” nas eleições 2018. Ele ressaltou que os militares são “parte significativa da maioria do povo brasileiro que pretende usar o voto, a arma mais poderosa e legítima da democracia, para começar a superar a crise profunda em que estamos mergulhados.”
‘Civil no STF’
Em sua primeira coletiva de imprensa como chefe do Judiciário em setembro, Dias Toffoli afirmou que a presença do general da reserva no gabinete da presidência não deveria ser “confundida”, destacando que Azevedo não está no STF na “qualidade de general ou representante das Forças Armadas”. Segundo ele, Azevedo é um civil dentro do STF.
“Ele tem experiência profunda no que diz respeito à área de segurança. Foi chefe da segurança da Autoridade Olímpica no Brasil. Não confundam a ideia de ele ter sido general com a atuação dele aqui. Aqui ele é um civil, um assessor”, destacou o ministro sobre o ex-chefe do Estado Maior do Exército.