O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse na tarde desta quarta-feira (07) que em sua primeira semana de governo abrirá os sigilos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A jornalistas, afirmou que trata-se do dinheiro do povo e que a população precisa saber como está sendo usado.
“Da minha parte, vamos abrir todos os sigilos do BNDES, sem exceção. É o dinheiro do povo e nós temos que saber onde está sendo usado.”
“Na primeira semana já é possível, até para dar matéria para vocês se preocuparem com outra coisa a não com o presidente”, brincou.
Além da Petrobras, o BNDES também esteve no alvo das investigações da Polícia Federal. Em agosto deste ano, a PF indiciou os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci, o empresário Joesley Batista, da JBS, e o ex -presidente da instituição Luciano Coutinho por supostas operações ilícitas na instituição financeira. Este inquérito apontou que houve o oferecimento de propinas para viabilizar a compra de ações e a liberação de financiamentos às empresas da J&F, holding que controla a JBS.
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta quarta-feira (7) que estuda manter o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União com o atual status, sem fundi-lo com o Ministério da Justiça. A ideia inicial era formar uma superpasta para o seu futuro titular, o juiz Sergio Moro, junto à Segurança Pública e parte do Coaf (Conselho de Atividades Financeiras).
Hoje, a CGU é subordinada diretamente à Presidência da República, com autonomia para vigiar outros ministérios. A pasta foi criada em 2003 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Se o Ministério da Transparência e CGU for mantido como está, a possibilidade é que o governo de Jair Bolsonaro seja formado por 18 pastas na Esplanada, e não mais entre 15 e 17, como ele tem cogitado. Atualmente, a Esplanada é composta por 29 ministérios.
“Talvez seja mantido o status de ministério. Ia aumentar um ministério. Não é pela governabilidade, é para que a gente possa apresentar resultado. Talvez tenhamos que manter a CGU no status de ministério”, declarou o presidente eleito após café da manhã com o comando da Aeronáutica, em Brasília. “Pode aumentar [o número de ministérios para 18]. O que temos de ter são os ministérios, esses órgãos, funcionando, sem interferência política.”
Um dos possíveis problemas com a fusão da Transparência e CGU ao ministério da Justiça é a perda de autonomia. Hoje, a pasta funciona como órgão de controle interno do governo federal para a defesa do patrimônio público e o aumento da transparência nas gestões.
Uma eventual fusão também iria em direção contrária às ideias de combate à corrupção de Sergio Moro, que defende a independência da CGU. Qualquer que seja a decisão final, Bolsonaro garantiu que seu governo dará a Moro “todos os meios para que possa cumprir 100% da missão de combater a corrupção e o crime organizado”.