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‘Apóstola do amor’ – Madre é beatificada por ‘milagre’ em RP

O papa Francisco assinou, em 27 de janeiro, no Vaticano, a aprovação do milagre de Ma­dre Clélia Merloni (1861-1930) – chamada de “a apóstola do amor” –, fundadora do Instituto das Apóstolas do Sagrado Cora­ção (Iascj), que intercedeu pela saúde do médico Pedro Ânge­lo de Oliveira Filho, brasileiro de Ribeirão Preto. A assinatura pelo pontífice ocorreu após lon­go período de investigação da Congregação para as Causas dos Santos e pela junta médica de es­pecialistas, bispos e cardeais.

No sábado passado, 3 de no­vembro, o Vaticano beatificou a madre italiana pelo milagre atri­buído a ela na cura do médico ribeirão-pretano, em 1951. A bea­tificação, etapa anterior à canoni­zação, foi oficializada durante uma missa presidida na Basílica de São João de Latrão, em Roma, segun­do informações divulgadas pelo Vatican News, órgão oficial de notícias da sede da Igreja Ca­tólica. Madre Clélia é fundado­ra do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, entidade criada em 1894 em Viareggio, Itália, com represen­tações no Brasil e no mundo.

A canonização depende da comprovação de mais um mila­gre, e então Madre Clélia poderá ser declarada santa e entrará para o rol das santidades da Igreja Ca­tólica. Esta fase do processo de beatificação era esperada pelas ir­mãs apóstolas, seus admiradores e fiéis. Hoje, a madre é um exemplo de amor pelo mundo através das obras mantidas pelo Iascj, presen­tes em 15 países, nos continentes europeu, americano, asiático e africano, com atuação nas áreas da educação, saúde, missões e pro­moção humana e espiritual. Se­gundo o Instituto das Apóstolas, ainda existem graças atribuídas a madre Clélia não reconhecidas como milagres que no futuro po­dem levar à canonização.

A beatificação
Em 1988 abriu-se a causa de beatificação de Madre Clé­lia Merloni. Em dezembro de 2016, o papa Francisco assinou o decreto de venerabilidade. Na sessão ordinária dos cardeais e bispos da Congregação para as Causas dos Santos, ocorrida em 9 de janeiro, o milagre atribuído à intercessão de Madre Clélia foi reconhecido com voto positivo e unânime. O pontífice aprovou e promulgou o milagre em 27 de janeiro. Com este ato foi aberto o caminho para a beatificação da madre. O último passo, por par­te do Santo Padre, é o estabeleci­mento da data para a celebração.

O milagre
O milagre que passou por mi­nuciosa análise é brasileiro e teve início em 14 de março de 1951. A história começa quando o médico ribeirão-pretano Pedro Ângelo de Oliveira Filho foi, repentinamente, atingido por uma progressiva pa­ralisia dos quatro membros e foi hospitalizado, com urgência, no Hospital Santa Casa de Misericór­dia de Ribeirão Preto.

O diagnóstico foi de para­lisia ascendente progressiva, chamada síndrome de Landry ou Guillain Barré. Em dias, a do­ença piorou para insuficiência respiratória aguda e atingindo a glote, causando grande dificul­dade em engolir. O prognóstico era ruim, dada a gravidade da doença e os remédios da época insuficientes para a cura. Tanto que os médicos suspenderam os tratamentos e, em 20 de março, informaram a família que seria a última noite do paciente.

Dada a situação, Angelina Oli­va, a esposa, se encontrou com a irmã Adelina Alves Barbosa para pedir orações. A religiosa deu-lhe uma novena de Madre Clélia, com uma foto contendo um pedaço do tecido do véu que ela usava. Irmã Adelina, juntamente com Ange­lina, seus filhos e outros parentes começaram a rezar.

A freira aproximou-se do paciente e deu-lhe água, onde colocou a pequena relíquia. O pa­ciente estava muito doente, mas conseguiu engolir um pouco do líquido. Depois de alguns minu­tos perceberam que ele conseguia engolir e não perdia mais a saliva. Irmã Adelina tentou dar-lhe uma colher de água e ele bebeu, depois colocou dois dedos de água num copo e fez com que ele bebesse.

Por último, colocou leite no copo e ele bebeu sem problemas. Todos ficaram maravilhados com a rápida melhora, tanto que a re­ligiosa foi à cozinha para preparar um creme e Pedro Ângelo engoliu com facilidade. O médico chegou de manhã e, ao ver o paciente curado, exclamou que era um mi­lagre. A melhora foi progressiva e, depois de 20 dias, Pedro Ângelo caminhava normalmente.

No dia 6 de maio de 1951, recebeu alta do hospital porque a cura foi completa, permanente e sem sinais dos sintomas. Pedro Ângelo morreu em 25 de setem­bro de 1976 devido a uma para­da cardíaca, portanto, por uma causa completamente diferente de sua doença anterior e após 25 anos da sua recuperação mila­grosa. Clélia Cleópatra Merloni nasceu em Forli, na Itália, em 10 de março de 1861.

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