A cada hora – eis um dado preocupante –, sete homens recebem o diagnóstico de câncer de próstata no Brasil, de acordo com as estimativas de incidência do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para 2018 (68.220 casos/ano). Trata-se, afinal, do tipo de tumor mais incidente no homem (excluindo-se o câncer de pele não melanoma) responsável pela morte de 20% 20% dos pacientes (registrando, em 2015, 14.484 óbitos).
Para orientar a população, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) está realizando, desde o último dia 1º, mais uma edição do Novembro Azul. A campanha, a exemplo de anos anteriores, contará com palestras, ações de esclarecimento nas ruas, lives nas redes sociais, veiculação de mídias em transporte público e material informativo no site oficial da SBU: www.portaldaurologia.org.br/novembroazul.
Já no próximo dia 20, representantes da SBU participam do XI Fórum de Políticas Públicas e Saúde do Homem, na Câmara dos Deputados, em Brasília, evento que acontece todos os anos para discussão da saúde do homem. Neste ano o tema é “A saúde do homem do campo”.
“Hoje em dia não é mais o preconceito com o exame da próstata que afasta o homem do consultório médico, mas sim o medo de ser diagnosticado com a doença. No entanto, atualmente existem tratamentos conservadores indicados em casos de doença de baixa agressividade, nos quais não vamos realizar nenhum procedimento, apenas acompanhar a evolução da doença com exames periódicos”, afirma o presidente da SBU, Dr. Sebastião Westphal.
O recomendado pela SBU é que todo homem, a partir de 50 anos procure um profissional especializado, para avaliação individualizada; já os da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar essa prevenção aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente.
Do tamanho de uma castanha e localizada abaixo da bexiga, a principal função da próstata é produzir uma secreção fluida para nutrição e transporte dos espermatozoides. Ao longo da vida a glândula pode desenvolver três doenças: a prostatite (inflamação), a hiperplasia prostática benigna – HPB (crescimento benigno) e o câncer.
A prostatite chega a atingir cerca de 30% dos homens, podendo causar ardor ou queimação ou um desconforto junto ao orgasmo, esperma de cor amarelada, vontade frequente para urinar etc. A principal causa para a doença são uretrites, como a gonorreia, após relacionamentos com parceiras com infecções ginecológicas e ainda após relação anal sem preservativo. Já a HPB pode atingir cerca de 50% dos homens acima de 50 anos e provoca aumento da frequência urinária diurna, diminuição da força e do calibre do jato urinário, demora para iniciar a micção, sensação de urgência para urinar, entre outros sintomas.
O câncer, por sua vez, não costuma apresentar sintomas em fases iniciais quando, em 90% dos casos, pode ser curado. Ao apresentar sintomas significa estar numa fase mais avançada e pode causar vontade de urinar com frequência, presença de sangue na urina ou no sêmen.
Enfim, daí a importância desse benfazejo “Novembro Azul”, vale aquela máxima essencial em se tratando da saúde: “melhor prevenir do que remediar!”