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Quanto maior a resistência menor a opressão

O resultado das eleições traça um novo cenário na polí­tica e na vida institucional brasileira. Para a situação e para a oposição. Tanto Jair Bolsonaro quanto João Doria, no caso paulista, não têm histórico de defesa dos movimentos sociais, da educação, dos professores, dos afrodescendentes, dos ho­mossexuais, enfim, das consideradas minorias. Não têm his­tórico de defesa ou de construção de políticas públicas para as mulheres, que hoje chegam a 52% da população brasileira.

O que o momento exige de nós é vigilância e perseveran­ça na resistência. Não será fácil confrontar ideias dos dois novos mandatários, que já sinalizaram com a criminalização de quem luta por qualquer coisa que fira interesse das oligar­quias que eles representam. O indicativo dos eleitos mostra que o diálogo é apenas mais uma palavra no dicionário, mas a nós caberá colocá-la como essência de tudo o que formos fazer, como ato de resistência, como ato de transparência. Em cada espaço onde nos encontrarmos.

A resistência começa com a formação de uma ampla frente democrática já alinhavada na campanha do segundo turno das eleições, quando vimos lideranças significativas de partidos adversários do PT abraçando a candidatura Had­dad. Não há tempo e espaço para vaidades. São 44 milhões de votos que respaldam uma vitória política. Os partidos que defendem a democracia têm o dever cívico de organizarem a resistência e proteger o Brasil contra a perda de sua sobera­nia, tão em risco. A nossa resistência de hoje será do tamanho da dominação que teremos: quanto maior a primeira menor será a segunda.

Portanto não será um cenário fácil, porque a falta de compromisso histórico e o não detalhamento dos programas de governo geram preocupação de como a Nação e o esta­do serão conduzidos, de fato, no dia a dia das pessoas. Do discurso da quebradeira de Jair Bolsonaro e que encantou os desencantados pouco se pode prever. Em seu pronuncia­mento pelas redes sociais após a consolidação do resultado sobraram interrogações.

Do nosso mandato haverá a defesa das nossas ban­deiras, dos movimentos sociais, dos direitos das pessoas à liberdade e às escolhas. E haverá resistência ao lado de quem defende tudo isso. O ódio não nos pertence e vamos ficar bem longe dele.

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