Tribuna Ribeirão
Política

Bolsonaro avalia nome militar para a Petrobras

O candidato do PSL à Pre­sidência, Jair Bolsonaro, avalia nomes militares para presidir a Petrobras, caso seja eleito. Para setores da campanha do presi­denciável, a mais importante estatal do País sob o comando de um general passaria a ima­gem de austeridade para mini­mizar impactos de um possível governo com políticos tradicio­nais. A Petrobras é considerada simbólica por ter sido alvo da Operação Lava Jato durante os governos do PT.

As análises na campanha do capitão reformado sobre a escolha de um militar para a presidência da Petrobras, num eventual governo, ocorrem num momento em que tanto Bolsonaro quanto seu principal conselheiro na área econômica, Paulo Guedes, são questiona­dos sobre divergências entre o pensamento estatizante que marcou a trajetória parlamen­tar do candidato e a linha ultra­liberal do economista.

Logo que foi apresentado como conselheiro econômico de Bolsonaro, Guedes deixou claro que defendia a privatiza­ção total das estatais, incluin­do a Petrobras e a Eletrobrás. Bolsonaro, no entanto, pon­derou que as empresas eram “estratégicas” e ficariam fora. Depois, afirmou que as áre­as de distribuição e refino da Petrobras poderiam ser ven­didas. A produção de óleo fi­caria preservada.

Até o momento, não há nomes nas Forças Armadas cotados para presidir a estatal. Os generais da reserva ligados a Bolsonaro atuam mais nas áreas de defesa e infraestrutura. Ao discutir com aliados a pos­sibilidade de colocar a Petro­bras sob o comando de um mi­litar, Bolsonaro tenta também segurar eventuais indicações de partidos do Centrão.

Criada rastro do nacio­nalismo varguista em 1953, a Petrobras foi comandada por militares nos seus primeiros 25 anos. Neste período, ape­nas três dos 15 presidentes da companhia eram civis. Duran­te a ditadura militar, a compa­nhia teve entre seus presiden­tes o general Ernesto Geisel (1969-1973), período que foi o apogeu da política estatizante do regime. A partir da nome­ação do advogado Shigeaki Ueki, em 1979, a empresa só teve comandantes civis.

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