Nesta quinta-feira, 18 de outubro, às 19 horas, terá início a 2ª Exposição de Arte Contemporânea na Casa da Memória Italiana – instituição cultural localizada no Centro de Ribeirão Preto, na rua Tibiriçá nº 776. A mostra é idealizada pela curadora Yolanda Cipriano e pelo artista Élcio Miazaki e propõe o desafio de trabalhar em dupla. Os projetos foram feitos a partir de questões que permeiam a história da antiga residência das famílias Meirelles e Biagi, sede da instituição.
“Com a curadoria em conjunto, reforçamos e defendemos a ideia das parcerias. O artista também não faz nada sozinho, ele é resultado das trocas com o(s) outro(s). Trabalhamos – Yolanda e eu – de forma a valer de fato a expressão (ou termo) ‘exposição coletiva’, onde procuramos uma adequação e equilíbrio para além dos projetos das quatro duplas”, explica Élcio Miazaki.
Com o objetivo de construir e reforçar ligação entre os participantes, os escolhidos são pessoas que possuem algum tipo de relacionamento, ou seja, são amigos, irmãs, colegas de profissão, pai e filho. Serão quatro duplas formadas por artistas visuais e profissionais de outras áreas.
“Reunir essa turma é um laboratório de emoções e de novos caminhos de convivência, partindo da ideia que a Arte Contemporânea, cada vez mais, faz parte das nossas vidas. Por isso o convite para que profissionais de outras áreas participem do processo artístico, sem desconsiderar o vínculo pré-existente. É também valoroso os laços criados com a própria Casa, seus antigos moradores e com sua atual equipe”, acrescenta Yolanda Cipriano.
A arquiteta Ana Ferraz, que tem uma produção artística desde os anos 1990, se une à irmã Fer Machado, designer de acessórios, para ocupar um dos quartos da casa, referenciando a história das irmãs que nela viveram. Antonio Baldini, que atua há 65 anos como carpinteiro, e seu filho Rogério Baldini, artista visual com formação técnica em Museologia, vão construir, em escala real, a estrutura em madeira de parte do telhado, algo inacessível à visão dos visitantes, e que reforça o laço entre eles, por meio da gratidão e reconhecimento do filho perante a profissão do pai, que reflete em suas escolhas de vida.
Os instrumentistas Bruno Gold e Nelinha Paterno vão criar um trabalho voltado para a memória musical da antiga residência familiar e o foco atual do Iinstituto acerca do patrimônio imaterial da cultura e da imigração italiana em Ribeirão Preto. Por fim, João Galera, artista visual com doutorado em antropologia e residente em São Paulo, convidou o cientista social e doutorando em sociologia Luiz Hemi, para intervir na fachada da Casa da Memória Italiana abordando o problema da especulação imobiliária como fator importante para a demolição da memória coletiva nas cidades.
“As exposições temporárias, mais especificamente de arte contemporânea, promovem importantes discussões e leituras interpretativas no ambiente do Museu Casa. Essa riqueza de reflexões é fundamental para repensarmos sobre o patrimônio e as histórias por meio de vários sentidos, como sonoro. Um dos projetos é o da dupla de instrumentista Bruno Gold e Nelinha Paterno que trabalham nesse percurso, tratando sobre a memória musical da antiga residência e narrativas sobre a imigração”, explica a gestora executiva do local Alice Registro.
A primeira edição da mostra foi em 2016, com curadoria de Nilton Campos e participação de artistas visuais do grupo ribeirão-pretano Latitude 22. Essa segunda edição fica em cartaz de 19 de outubro e a 15 de dezembro, e horário de visitação é as quintas e sextas-feiras, às 15 e às 16 horas, e aos sábados, às dez horas.