A Microsoft tem falado cada vez mais em física quântica ultimamente — interesse que se torna ainda mais claro diante das várias contratações recentes. Segundo reportou o site The Information, desde junho a companhia anda recrutando vários ex-engenheiros da Qualcomm a fim de formar uma nova equipe de computação quântica para atuar em Redmond. Vários desses profissionais trabalharam anteriormente nos servidores ARM da fabricante de chips, conforme acrescentou o referido site.
Embora os comentários públicos da Microsoft sejam algo relativamente recente, há quem diga que a inclinação para apostar em soluções quânticas vem de pelo menos 20 anos. De acordo com a gigante dos softwares, a ideia é utilizar computadores quânticos como um método de coprocessamento, em um funcionamento conjunto com aplicações da mesma natureza criadas para funcionar dentro da plataforma em nuvem Azure.
Do ponto de vista técnico-científico, é uma proposta que sem dúvida faz sentido. Afinal, um dos méritos da computação quântica é a capacidade de processar informações paralelamente, o que abre margem para uma grande variedade de novos aplicativos. Ao fazer uso de dinâmicas subatômicas, o referido método computacional traz as possibilidades de novas formas de armazenamento e de resolução de problemas — de forma mais célere e multifacetada, quando se considera um computador convencional.
A equipe quântica da Microsoft
Entre os nomes da Qualcomm que passaram a figurar na folha de pagamentos da Microsoft estão o vice-presidente de tecnologia Muntaquim Chowdhury, o diretor sênior e arquiteto de núcleos ARM Thomas Speier, o diretor sênior de tecnologia e arquiteto de CPUs Michael McIlvaine e o diretor sênior de engenharia Raleigh Durham – este, em particular, contratado pela Microsoft para “construir um sistema de computação quântica que é baseada em uma arquitetura de computador tradicional”.
Boa parte dos funcionários possui pelo menos 15 anos de experiência dentro da Qualcomm. Adicionalmente, a Microsoft também remanejou no último mês de julho o engenheiro e pesquisador Doug Burger, cuja missão, de acordo com o ZDNet, seria liderar o desenvolvimento de vários projetos da companhia não direcionados ao consumidor final — em que estariam o projeto de IA (inteligência artificial) BrainWave, o Project Natick (para servidores subaquáticos) e também as novas propostas para computação quântica.
Resta agora esperar por anúncios oficiais. A princípio, a Microsoft pretendia falar sobre propostas para computação quântica durante a edição recente da feira Ignite IT — o que, salvo por algumas menções vagas, acabou não ocorrendo. Não devem faltar ocasiões antes do fim do ano, entretanto.
Fonte: The Information, ZDNet