Faltando três meses para a chegada das festas de fim de ano, os setores de comércio e serviços já abriram as portas para a contratação de trabalhadores. Para os empresários, essa pode ser a última oportunidade do ano para recuperar os prejuízos, enquanto os profissionais desempregados veem nesse período a chance de voltar ao mercado de trabalho. Uma pesquisa feita nas capitais e interior do país pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) estima que, pelos próximos meses, aproximadamente 59,2 mil vagas serão abertas nos segmentos do comércio e serviços.
O número é levemente superior aos 51 mil novos postos que foram previstos para o mesmo período do ano passado. Para este ano, os dados mostram um cenário de moderada melhora na comparação com 2017. Embora ainda representem a maioria, caiu de 82% para 72% o percentual de empresários que não têm a intenção de fazer contratações extras nesse fim de ano. Em sentido oposto, aumentou de 13% para 17% o percentual dos que devem integrar ao menos um novo colaborador à sua equipe.
Reforçar o quadro de funcionários para dar conta do aumento da demanda neste período do ano (81%) é o motivo mais citado na hora de justificar as contratações, mas há também empresários que contratam pensando em melhorar sua competição no mercado (8%) e aqueles que se planejam para lidar com a rotatividade de funcionários (5%). A maior parte (46%) dos empresários consultados deve contratar apenas um funcionário, enquanto 28% pretendem contratar dois novos colaboradores.
Dentre os empresários que já contrataram ou que irão contratar neste fim de ano, 43% empregarão temporários, 33% abrirão vagas formais e 29% informais, ou seja, sem carteira assinada. Há ainda 16% de casos em que a contratação será terceirizada. Dentre os que recorrerão à mão-de-obra informal, a maioria (61%) justifica que se trata de uma contratação específica para o período natalino, sendo inviável a carteira assinada. Outros 19% argumentam que dessa forma reduzirão as despesas com folha de pagamento.
O estudo mostra ainda que quem procura uma vaga de trabalho neste fim de ano deve ficar atento, pois a maioria das contratações deve ocorrer entre os meses de outubro (28%) e novembro (33%), segundo a avaliação dos empresários pesquisados. De qualquer modo, há motivos para o trabalhador temporário se esforçar para permanecer no emprego com a chegada do novo ano. Em cada dez empresários que vão contratar funcionários temporários, três (28%) planejam efetivar ao menos um colaborador após o término do contrato. A maior parte (41%), contudo, não deve efetivar nenhum.
Considerando quem contratou ou pretende contratar funcionários neste ano, a remuneração média dos novos trabalhadores deve ser de aproximadamente R$ 1.421,56, o que corresponde a cerca de um salário mínimo e meio. As funções mais procuradas devem ser as de vendedores (28%), ajudantes (21%), balconistas (11%), recepcionistas (4%), cabeleireiros (4%), estoquistas (4%) e caixas (4%). Em média, a jornada de trabalho deve ser de sete horas diárias.
Na comparação entre gêneros, nota-se um relativo equilíbrio: 34% dos empresários devem optar por homens, enquanto 31% por mulheres e 33% mostram-se indiferentes com relação a isso. No que diz respeito à faixa etária, a idade média dos novos funcionários deve ser de 28 anos. Além disso, espera-se que o novo funcionário tenha ao menos o ensino médio completo (48%). A pesquisa ouviu 1.168 empresários de todos os portes que atuam no comércio e ramo de serviços nas 27 capitais, entre os dias 27 de agosto a 10 de setembro de 2018. A margem de erro é de no máximo 3,0 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.