Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 3 de outubro, o vice-presidente do Convention Bureau de Ribeirão Preto, Márcio Santiago, anunciou que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) está na fase final de análise do pedido de cessão da maria-fumaça “Mogiana” para o projeto “Trem Turístico”, que envolve a recuperação da locomotiva e de trilhos e a criação do Museu Ferroviário. O projeto idealizado pela entidade pretende ocupar a Estação Barracão, localizada no bairro Ipiranga, no cruzamento das avenidas Dom Pedro I e Capitão Salomão, na Zona Norte.
A solicitação inclui também o pedido de doação de todo o material que está guardado dentro da Estação Barracão e os trilhos que compõem a malha ferroviária desativada que liga a gare até a fábrica da Coca-Cola Andina e a Estação Ferroviária Mogiana. Todo este material pertence à União e está sob responsabilidade do DNIT.
Outra medida já adotada pelo Convention Bureau foi o pedido de tombamento da maria-fumaça “Mogiana” ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Já os vereadores Isaac Antunes (PR) e Fabiano Guimarães (PR) pediram, através de requerimento, o tombamento da locomotiva ao Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac).
Na coletiva, Márcio Santiago afirmou também que o Convention Bureau se habilitou para fazer parte do processo judicial que determinou a permanência do equipamento em Ribeirão Preto. Em despacho de 31 de agosto, a 7ª Vara da Justiça Federal de Ribeirão Preto informou que a cidade pode perder a “Mogiana”. O juiz Roberto Modesto Jeuken aponta que, até o momento, a prefeitura não se pronunciou sobre quais medidas adotará para recuperação, restauração e destinação da locomotiva e sobre a manutenção do equipamento na cidade.
O DNIT recebeu o equipamento em doação da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA). Além do Convetion, o Instituto História do Trem também tem um projeto (“Trilhos da Mogiana”) para criar um roteiro de trem turístico na cidade, com restauração de estações (Barracão e Nova Ribeirão), criação de um museu e recuperação da “Mogiana” e da maria-fumaça “Amália”, que está na praça Francisco Schmidt, na divisa do Centro com a Vila Tibério.
O impasse sobre o destino da maria-fumaça começou no ano passado, após a tentativa de retirada da locomotiva “Mogiana”, que seria restaurada e colocada em operação em uma linha de turismo ferroviário entre as cidades de Itu e Salto, administrada pelo Consórcio Intermunicipal do Trem Metropolitano (Citrem). A máquina está a céu aberto na Estação Ferroviária Mogiana, na Vila Mariana, na Zona Norte. Na época, o DNIT informou que havia cedido a locomotiva ao Citrem.
Em nota, a Secretaria Municipal de Turismo informa que recebeu as duas propostas de implantação de projetos de criação de passeio turístico entre as estações Barracão e Nova Ribeirão. Diz que houve desistência de um dos proponentes (do Convention), e que a outra proposta tem como principal fonte de financiamento o setor privado. A liminar da 7ª Vara Federal que manteve a locomotiva em de Ribeirão Preto foi concedida em ação movida pelo Instituto História do Trem e pelo procurador da República André Luiz Morais de Menezes.