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As pesquisas de intenção de voto!

Não sou especialista e nem cientista político. Tampou­co sou, a priori, contra qualquer pesquisa ou ibope. Mas o voto não é secreto? Não seria demasiado agressivo especular os eleitores? Geralmente as pesquisas de intenção de voto perguntam não mais de cinco mil eleitores, enquanto somos milhões os que votarão.

Meu relacionamento, além de me considerar politizado, é de milhares de pessoas. Uma única, um de meus alunos, res­pondeu-me que fora consultado sobre em quem votaria nas pró­ximas eleições. Não quero ser pretensioso, mas não sei por que me incomoda profundamente o “sobe e desce” apresentado pelas pesquisas elencadas, todos os dias, na corrida eleitoral.

Desculpem-me os institutos de pesquisas, mas não confio em seus dados. Há tantos cuidados com os colégios eleitorais, as urnas lacradas e um zelo esmerado dos mesários, para que as eleições aconteçam, sem sombra de dúvidas, secretamente, sem nenhuma interferência de quem quer que seja. Mesmo assim, antecipam-se vitórias e derrotas, como se todo o povo brasileiro revelasse seu voto, mesmo sendo esse, obrigatoria­mente, secreto!

Já ouvi cada mentira que contradiz as pesquisas de inten­ção de voto, que não sei se choro ou dou gargalhadas. Fico entristecido e desencantado ao ouvir pessoas prometerem votar em dois ou mais amigos ao mesmo tempo. Não é difícil avaliar tais situações: a pessoa tem vários amigos por ser bem relacionada. Se quatro deles são candidatos de partidos diferentes a cargos/serviços públicos iguais, como deputa­dos estaduais ou federais, somente um poderá ter o voto do amigo. Ouvir uma pessoa prometendo que votará nos quatro é mais frequente do que se pensa. De que chamar isso a não de hipocrisia pura?

É louvável que a imprensa de nossa cidade dedique pági­nas e cadernos especiais à informação e formação de cons­ciência crítica política. Leio até mesmo as vírgulas. Um dos jornais reserva um espaço chamado “Tribuna do Povo”. De dez eleitores perguntados, oito respondem que não esperam nada dos políticos em 2018. Pesquisa como essa me parece refletir bem melhor a realidade, do que as pesquisas de inten­ção de voto!

Meu clamor é que não nos deixemos influenciar por pes­quisa de instituto nenhum. O voto é secreto e é nosso. E será através do voto em pessoas do bem, e que sabemos promo­verem o bem comum e não individual, que mudaremos uma vitrine de políticos sem vergonhas, mentirosos, hipócritas num cenário de homens e mulheres verdadeiramente políti­cos, preocupados na promoção da dignidade de nosso povo tão enganado, explorado e subestimado nas últimas décadas. Está na hora de amadurecermos juntos: povo e democracia sem máscaras! Ainda há tempo de analisarmos bem nossos candidatos: eles serão nossos servidores ou nossos opresso­res? Serão protagonistas ou marionetes de seus partidos?

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