A maior festa de tradição germânica é um pacote completo de cultura e turismo no Brasil: tem música, dança, culinária e trajes típicos regados a muito chope. A “brincadeira” de trazer a Alemanha para cá foi levada a sério e deu tão certo que a Oktoberfest tem, hoje, o status de um dos maiores eventos turísticos nacionais. Somente nas principais festas realizadas por Blumenau (SC), São Paulo (SP) e Igrejinha (RS), são esperadas 800 mil pessoas em cerca de 18 dias de festejo.
Na cidade de Blumenau, berço da colonização germânica no estado, o evento movimentou R$12 milhões em 2017 e atraiu 567 mil pessoas, o equivalente a quase uma cidade e meia chegando para provar joelho de porco e pronunciar “Ein prosit!” a cada brinde com cerveja. Na pequena Igrejinha, a festa realizada com o trabalho voluntário de três mil pessoas gerou mais de R$ 1,8 milhão e contabilizou público de 146 mil visitantes, mais de quatro vezes maior que os 35 mil habitantes. Já na maior cidade da América Latina, São Paulo, a Oktoberfest 2018 deve contribuir com R$ 30 milhões no caixa da economia local, entre impactos diretos e indiretos.
“Os números são reflexo de que a festa é um dos grandes eventos geradores de fluxo turístico do Brasil e contribui para que o país cresça com o Turismo. Em Blumenau, por exemplo, mais de 70% das pessoas que participaram do evento no ano passado eram turistas. Já a edição deste ano em São Paulo vai gerar cerca de 1.500 empregos diretos e indiretos”, aponta o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz.
A “Oktober”, como é conhecida pelos cervejeiros de plantão, surgiu na cidade de Munique há mais de 200 anos. Virou tradição em diferentes partes do mundo, se espalhando também por dezenas de municípios brasileiros – é o caso de Macaé (RJ), Santa Cruz do Sul (RS), Itapiranga (SC) e Joinville (SC), que realiza o “Bierville”. Viajantes interessados em conhecer estas e outras celebrações germânicas de outubro espalhadas pelo país podem consultar o Calendário de Eventos do Ministério do Turismo, ferramenta desenvolvida para auxiliar na promoção turística dos eventos do Brasil. CLIQUE AQUI e acesse.
AMOR NA OKTOBERFEST – Quem vive na cidade da “maior festa alemã das Américas” explica que a paixão pelo evento vem de berço e é transmitida para outras gerações. Lillian Müller nasceu em Blumenau e participa, junto com a família, das edições da festa desde 1989.
Foi o amor pela cultura alemã que ajudou a unir a costureira ao atual marido. “Nos conhecemos há cinco anos por meio de um grupo que compartilhava informações sobre a cultura alemã. Quando nos casamos, decidimos fazer uma cerimônia diferente do habitual e escolhemos o tema Oktoberfest, com direito a noiva e noivo vestidos com trajes típicos”, conta Müller.
Os anos se passaram e a Oktoberfest continua presente no cotidiano de Lilian. Além de frequentar a festa da própria cidade, o evento está eternizado na vida da costureira por meio do pequeno Ludwig (1 ano), filho de Lilian, que escolheu esse nome em homenagem ao rei Ludwig, da Baviera, criador da primeira Oktoberfest do mundo.
Já a assistente administrativa Jéssica Santos, de Brasília, participou de uma das edições da Oktoberfest em Blumenau e conta que a organização da festa e a cultura típica oferecida pelo evento deixaram saudades. “Gostei muito da comida e da música que a gente só escuta lá mesmo. É algo muito regional, uma experiência única a ser vivida”, explica. A turista explica que a cidade se prepara com excelência para receber o grande número de pessoas atraído pela festa. “O transporte público é muito bacana: voltei da festa de ônibus, me senti segura e curti uma cidade organizada e bonita. Inesquecível”, finaliza.
Seniorentag, dança típica realizada por grupos de terceira idade na Oktoberfest de Igrejinha (RS). Crédito: Divulgação/Oktoberfest de Igrejinha
Edição: Vanessa Sampaio