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Câmara baixa dotação e receberá R$ 6,6 mi a menos em 2019

ALFREDO RISK

A Mesa Diretora da Câmara de Vereadores decidiu baixar em 9,3% a dotação orçamentária para 2019 em comparação com a deste ano. Com isso haverá uma redução dos atuais R$ 70,8 milhões para R$ 64,2 milhões, com corte de R$ 6,6 milhões – na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018 a verba do Legis­lativo era estimada R$ 69,5 mi­lhões, aporte de R$ 3,9 milhões e 4,9% a mais do que os R$ 65,6 milhões de 2017, mas a arreca­dação da prefeitura cresceu e a estimativa de o repasse foi para mais de R$ 70 milhões.

Com o corte de 9,3% anun­ciado pelo presidente da Casa de Leis, Igor Oliveira (MDB), o per­centual de repasse do Orçamen­to Municipal de 2019 caiu para 4,08% – por lei, a Câmara tem direito a 4,5%, com base na esti­mativa populacional do Institu­to Brasileiro de Geografia e Es­tatística (IBGE), que em agosto anunciou 694.534 habitantes. A LOA entregue aos vereadores na sexta-feira, 28 de setembro, pre­vê repasse de R$ 69,13 milhões. Mas o montante será menor.

Segundo a presidência da Câmara, o pedido de redução da dotação orçamentária, enca­minhada para o Executivo no começo de setembro, é resul­tado de um amplo estudo feito pelos departamentos jurídico, administrativo e financeiro da Casa de Leis. O estudo compro­vou que seria possível diminuir os gastos e economizar recursos públicos, mesmo com a inaugu­ração no próximo ano do novo prédio anexo.

Entre os itens analisados e que geraram economia estão to­dos os contratos e a não utiliza­ção pela presidência dos cargos comissionados a que tem direi­to. Com a revisão dos contratos foi possível economizar R$ 1,3 milhão. A redução da doação orçamentária vai ao encontro de recomendação do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP). Segundo o órgão, o Legislativo precisa evitar pedir o teto de recursos a que tem di­reito – duodécimo – se não for utilizá-lo porque isso caracteriza erro na previsão orçamentária.

Em dezembro do ano pas­sado, os secretários municipais Nicanor Lopes (Governo e Casa Civil) e Manoel e Jesus Gonçalves (Fazenda) receberam, no Palácio Rio Branco, o então presidente da Câmara de Ribeirão Preto, Rodri­go Simões (PDT), e o vice-pre­sidente da Casa de Leis, Marco Antonio Di Bonifácio, o “Boni” (Rede Sustentabilidade), que en­tregaram um cheque simbólico no valor de R$ 13,14 milhões re­ferente à economia de recursos no Legislativo em 2017.

A Lei Orçamentária Anual de 2019 tem estimativa de ar­recadação de R$ 3,173 bilhões, cerca de 6% acima do estimado para este ano, de R$ 2,992 bi­lhões, aporte de R$ 181 milhões. O valor é recorde em 162 anos de história. Esta é a primeira vez que a estimativa supera a casa de três bilhões de reais. Em uma conta simples, dividindo o mon­tante estimado pela população de Ribeirão Preto, o orçamen­to prevê R$ 4.506,61 per capita no ano que vem, R$ 375,55 por mês e R$ 12,50 por dia para cada morador.

O Orçamento Municipal será lido em plenário na sessão desta terça-feira, 2 de outubro. Depois será baixado em PDF e enviado para os 27 vereado­res. A partir deste envio, come­ça a contar o prazo de 30 dias para recebimento de emendas e para a realização de duas au­diências públicas com a popu­lação. Quem define a data é o presidente da na Comissão de Finanças, Orçamento, Fiscaliza­ção, Controle e Tributária,Jean Corauci (PDT).

Após estas audiências públi­cas a Comissão de Finanças ana­lisa as emendas da população e a dos vereadores e retira as que não prosperarem, por duplici­dade ou outros motivos. Depois a peça orçamentária segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), presidi­da por Isaac Antunes (PR), que vai emitir parecer para votação em plenário ainda este ano – até o dia15 de dezembro. Depois será para o prefeito Duarte No­gueira Júnior (PSDB), que pode aprovar todo o conteúdo ou ve­tar emendas.

O chefe do Executivo reen­viará o texto para a Câmara que vai analisar os vetos, provavel­mente em fevereiro, após o re­cesso parlamentar. Em 2017, o prefeito Duarte Nogueira vetou 444 emendas apresentadas por vereadores à Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018. Das 446 sugestões dos parlamentares, apenas uma foi sancionada. As propostas elevariam a despesa da prefeitura em 26%, com gasto extra de R$ 795,56 milhões.

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