Bom de briga e bom de apanhar
Havia um cidadão de muito boa família que tinha paixão por uma “briguinha”. Sempre entrava em uma “bola dividida” e apanhava a não mais poder. Tinha compulsão para entrar em um conflito. Tinha várias virtudes, sempre procurou ajudar ao próximo em algumas das suas atividades que estavam elencadas nos códigos civil e penal. Gostava de um contrabando. Sempre estava envolvido com maravilhosas mulheres às quais presenteava com perfumes franceses, sedas javanesas e outros tipos de produtos do exterior. Sempre as levava em seus carros importados a passear pelas ruas de Ribeirão. Quando havia uma briga se perguntava: “Quem brigou. Quem apanhou?” era o próprio. Grande dançarino de tango, nunca ficava em depressão. Certa feita quando uma empresa de cobrança parou os seus “vermelhinhos” e uma bandinha diante de sua casa para marcar uma cobrança de tantos credores que os tinha, não teve dúvidas. Pegou sua mulher e em plena via pública dançou a marchinha que os cobradores tocavam através da “furiosa”. A vizinhança lotou o local e aplaudia, nos Campos Elíseos.
Capivara grande
A sua “capivara” de coisas graves e na maioria de delitos menores era grande. Os investigadores o estavam procurando em época que desapareceu de Ribeirão Preto. Tinha uma lábia, denominada de 171 que levava a todos no “bico”. Dois investigadores saíram atrás de uma pista e o localizaram em uma fazenda de Goiás, onde era o chefe da segurança de um “coronel” poderoso por aquelas bandas. Os dois investigadores, com cautela e pés atrás, foram conversar com o “manda chuva” da região para passarem os problemas que o nosso homem tinha para pagar junto à Justiça. O fazendeiro deu uma única e derradeira resposta: “Se mexerem com este homem, irão mexer comigo. E eu não aconselho”. Os policiais ficaram em uma mata escondidos até que em uma madrugada o cidadão procurado saiu para ir a um banheiro e foi preso. Veio para a cadeia local da Duque de Caxias e ali ficou por longos anos.
Mantinha boas relações com a polícia
Ele sempre manteve boas relações com os policiais tanto da Civil quanto da Militar. Chegou a montar uma guarda em um bairro de classe média e os seus clientes afirmavam que ele dava conta do recado e nenhum bandido se aventurava a entrar nas residências em que ele montava guarda com sua equipe. Morreu há pouco tempo e deixou a musa de seus sonhos a lembrar os tempos de tango e de fartura.