Tribuna Ribeirão
Economia

Quitação de dívidas aumenta em agosto

Embora a inadimplên­cia atinja 41% da população adulta do país, o volume de consumidores com contas em atraso que conseguiram quitar parte dessas dívidas cresceu 4,93% em agosto no acumulado em 12 meses. Trata-se da alta mais expres­siva desde setembro de 2015, quando o crescimento obser­vado fora de 5,8%.

Já na comparação mensal, isto é, entre agosto e julho, o avanço da recuperação de crédito foi de 4,2%. Os dados compõem o Indicador de Re­cuperação de Crédito men­surado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lo­jistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e é obtido a partir das exclusões de registros de ina­dimplência mediante paga­mento integral da dívida ou renegociação do débito.

A abertura do indica­dor mostra que o volume de quitação de dívidas foi mais expressivo na região Centro -Oeste, que cresceu 12,39%, seguida do Sudeste (8,31%) e do Nordeste (7,09%). Já nas regiões Norte (-10,38%) e Sul (-3,10%) houve queda na quantidade de inadimplentes que regularizaram sua situa­ção financeira.

Do total de inadimplen­tes que quitaram suas pen­dências em agosto, a maior parte (44%) tem entre 30 e 49 anos. A segunda faixa que mais recuperou crédito é a dos que têm mais de 65 anos (13%), seguido dos de­vedores com idade entre 18 e 29 anos (12%). Já a abertura por gênero mostra uma leve predominância de mulheres entre os devedores que mais colocaram suas contas em dia, com 52% de participação contra 48% dos homens.

Outro dado também cal­culado pelo indicador é o vo­lume de dívidas que são qui­tadas. Nesse caso, houve um aumento de 2,04% em agos­to quando levado em conta o acumulado em 12 meses. Entre todas as dívidas que foram pagas em agosto, 55% são com instituições bancá­rias, como faturas de cartões de crédito, cheque especial, financiamentos, emprésti­mos e seguros.

O segundo tipo de dívida em atraso que mais foi coloca­da em dia é com companhias de serviços básicos, como água e luz, que representam 26% do total de pendências quitadas. Em terceiro lugar aparecem as dívidas regularizadas no cre­diário ou boleto no comércio, com 10%. Já as pendências com empresas de telecomuni­cação, como contas de telefo­nia, TV por assinatura e inter­net, representaram um total de 3% em fevereiro.

Inadimplência do consumidor recua
A inadimplência do con­sumidor caiu 3,4% no acu­mulado em 12 meses, de setembro de 2017 até agosto deste ano, frente ao período anterior, de acordo com da­dos nacionais da Boa Vista SCPC. Na avaliação mensal com ajuste sazonal, agosto apresentou variação nega­tiva de -2,7% frente a julho. Quando comparado o resul­tado contra o mesmo mês de 2017, o indicador subiu 4,8%. Regionalmente, na análi­se acumulada em 12 meses, ocorreu queda nas regiões Centro-Oeste (-5,1%), Norte (-4,7%), Nordeste (-3,8%), Sudeste (-3,1%) e Sul (-2,3%).

Nesta sexta-feira, 28 de se­tembro, último dia útil do mês, termina o prazo para que cotis­tas do Programa de Integração Social (PIS) com menos de 60 anos possam sacar o benefício. Têm direito os trabalhadores cadastrados no Fundo do PIS e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Pú­blico (Pasep) entre 1971 e 4 de outubro de 1988 que ainda não sacaram o saldo total de cotas na conta individual de participação.

A partir do dia 29 os sa­ques voltarão a ser permitidos somente para os cotistas que atendam a um dos critérios ha­bituais: pessoas com 60 anos ou mais, aposentados, herdeiros de cotistas, pessoas em situação de invalidez ou acometidos por doenças específicas. Cerca de R$ 17 bilhões já foram pagos aos trabalhadores que atuaram na iniciativa privada (com carteira assinada) ou no serviço público, desde o início do processo de fle­xibilização dos saques do Fundo PIS/Pasep, em outubro de 2017, até agora. Do público potencial de 28,5 milhões de pessoas que havia no ano passado, mais de 15,5 milhões de trabalhadores já receberam os recursos, ou seja, 55% do total.

As pessoas com menos de 60 anos representavam, em ou­tubro de 2017, a maior parte dos cotistas do Fundo PIS/Pasep, somando 16,3 milhões de tra­balhadores. De acordo com os últimos dados do Ministério do Planejamento, Desenvolvi­mento e Gestão, até o último dia 16 cerca de 5,7 milhões de cotistas nessa faixa etária ain­da não haviam se dirigido às agências da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil para buscar o benefício.

Divergências no cadastro
Dos R$ 17 bilhões já pa­gos aos cotistas, cerca de 8,5 R$ bilhões foram entregues aos trabalhadores por meio de depósito automático na conta corrente, ou seja, sem a neces­sidade de ir à agência bancária. De acordo com o Ministério do Planejamento, isso foi pos­sível devido aos créditos feitos pelo Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal aos seus correntistas e a uma parceria envolvendo a Febraban, a Cai­xa, o Banco do Brasil e mais oito instituições: Bradesco, Itaú, San­tander, Bancoob, Sicredi, Banes­tes, BRB e Mercantil.

Devido a questões de segu­rança e a divergências cadastrais, cerca de cinco milhões de cotis­tas com Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) válidos não rece­berão os depósitos automáticos. Por isso, o ministério alerta que cotistas com menos de 60 anos, interessados em ter acesso ime­diato ao dinheiro, devem pro­curar as agências da Caixa e do Banco do Brasil até a próxima sexta-feira (28).

Quem tem direito
Para saber o saldo e se tem direito ao benefício, o trabalha­dor pode acessar os sites do PIS e do Pasep. Para os cotistas do PIS, também é possível consul­tar a Caixa Econômica Federal no telefone 0800-726-0207 ou nos caixas eletrônicos da insti­tuição, desde que o interessado tenha o Cartão Cidadão. No caso do Pasep, a consulta é fei­ta ao Banco do Brasil, nos tele­fones 4004-0001 ou 0800-729- 0001. Têm direito ao saque as pessoas que trabalharam com carteira assinada antes da Cons­tituição de 1988.

As cotas são os rendimentos anuais depositados nas contas de trabalhadores, instituídas en­tre 1971, ano da criação do PIS/ Pasep, e 1988. Quem contribuiu após 4 de outubro de 1988 não tem direito ao saque. Isso ocor­re porque a Constituição, pro­mulgada naquele ano, passou a destinar as contribuições do PIS/Pasep das empresas para o Fundo de Amparo ao Trabalha­dor (FAT), que paga o seguro-desemprego e o abono salarial, e para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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