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Inadimplência afeta 69,2 milhões de brasileiros

Recente pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que o indicador de inadimplência do con­sumidor avançou 3,63% no último mês de agosto. Segundo apurado, o indicador cresceu pelo 11º mês seguido na com­paração anual da série histórica, estimando-se que aproxi­madamente 62,9 milhões de brasileiros estejam com o contas atrasadas, significando quase a metade da população brasilei­ra adulta.

Apesar do aumento de brasileiros com as contas atrasadas na comparação anual, o dado mensal registrou uma ligeira queda na taxa de inadimplência na passagem de julho para agosto, diminuindo em 0,71% a quantidade de pessoas com o nome sujo. No total do crescimento registrado na compara­ção anual, o mês de agosto apresenta um crescimento mo­desto em relação aos meses de junho e julho, que registraram aumento de 4,07% e 4,31%, respectivamente.

A análise do indicador por região mostra ainda que, só na Região Sudeste, o aumento foi de 10,52%; seguido pela Região Norte, com alta de 3,76%; Nordeste (3,22%); Sul (2,76%) e Centro-Oeste (1.87%). De acordo com a pesquisa, o ranking do número de inadimplentes por região é puxado pelo Norte, onde 49% de sua população adulta está com o CPF restrito, representando 5,9 milhões de consumidores negativados. Atrás estão o Nordeste, com 17,4 milhões de inadimplentes (43% da população adulta); o Centro-Oeste, com 5 milhões (42%); o Sudeste, com 26,1 milhões de nega­tivados (39%); e o Sul, com aproximadamente 8,5 milhões de devedores (37%).

A pesquisa revela ainda aumento mais acentuado no nú­mero de endividados entre a população idosa. Na compara­ção entre agosto de 2018 e o mesmo período do ano passado, aumentou em 9,56% a quantidade de inadimplentes com idade de 65 a 84 anos. Atrás estão os brasileiros com idade entre 50 a 64 anos, com alta de 6,26%; de 40 a 49 (4,77%); e 30 a 39 anos (1,69%). O indicador aponta também houve queda entre a população mais jovem, com idade entre 18 e 24 anos, registrando recuo considerável de -23,20%, e na faixa etária entre 25 e 29 anos recuo de -5,63%.

Em números absolutos, a maior parte de brasileiros com o nome sujo é compreendida na faixa dos 30 aos 39 anos, com 17,9 milhões de pessoas não conseguindo honrar seus débitos. É um quadro triste – inclusive explorado eleitoral­mente por um dos candidatos à Presidência –, mas revelador da atual conjuntura brasileira na qual os índices de desem­prego e subemprego são alarmantes. Ninguém, acredito, fica inadimplente porque quer mas sim por estar sem condições de honrar compromissos financeiros assumidos, ainda mais diante da voracidade das instituições financeiras ao imporem taxas de juros verdadeiramente abusivas.

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