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Histórias e delícias do Mercadão

Patrimônio histórico de Ribeirão, cenário de histórias e local onde se pode encon­trar uma grande variedade de produtos, o Mercadão Central completa, na próxima sexta-feira (28), 118 anos de vida. Uma solenidade especial e muita festa irão marcar a data.

Queijos, temperos, grãos, artesanatos, comidas espe­ciais como pastel, charuto e bolinho de bacalhau, além de roupas, calçados e uma grande variedade de outros produtos. Tudo isso pode ser encontrado, de segun­da a sábado, no tradicional prédio. Segundo o gerente administrativo do Merca­dão, Ademir Lima Souza, de segunda a quinta-feira passam pelo local cerca de três mil pessoas, sendo que o número triplica as sextas e sábados. Isso representa 30 mil pessoas por semana e cerca de 120 mil por mês, de todas as classes sociais.

Na solenidade de come­moração aos 118 anos, no dia 28, além de um bolo gigante, o Mercadão terá um ato ecumê­nico, apresentações de shows e da Banda Marcial da Polícia Militar.

 

Curiosidades Desde 1899

O início das obras do Mer­cadão Central data de 1899. O grande prédio, localizado no quadrilátero entre as ruas São Sebastião, José Bonifácio, Américo Brasi­liense e avenida Jerônimo Gonçalves, foi inaugurado em 1900. A obra com pé direito alto, feitas de tijolos de barro e cobertura envidraçada era muito di­ferente do que vemos hoje. Foi o principal ponto de comércio da cidade, sempre com a oferta bem sortida de produtos para moradores da cidade e região.

120 contos de réis
No início, o Mercadão foi explorado pelo grupo Folena & Cia. Depois de oito anos, a concessionária do imóvel foi indenizada em “120 contos de reis” pela Prefeitura, que tomou posse do imóvel.

Enchentes e incêndio
As enchentes, sempre que o ribeirão Preto fugia de seu leito, fizeram parte da his­tória e problemas do prédio. Mas não foram as águas das chuvas que causaram o maior e histórico dano. Em 7 outubro de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, um curto circuito provocou um grande incêndio, destruin­do-o por inteiro. Diante da tragédia, os comerciantes passaram a trabalhar em barracas montadas na ave­nida Francisco Junqueira.

Novo prédio
Após 16 anos do incêndio o então prefeito, Costábile Ro­mano, que prometeu a obra em sua campanha, inaugu­rou o novo prédio. A partir do dia 28 de setembro de 1958, o Mercadão retomou sua gloriosa história.

Jaime Zeiger
O Mercadão pós-incêndio foi um projeto do engenheiro Jaime Zeiger. A arquitetura era moderna e inovadora para aqueles tempos. Com 4.150 metros quadrados divididos por um corredor principal, cinco corredores secundários, a parte externa, revestida por pastilhas, foi presenteada com a obra do escultor Bassano Vaccarini.

Tombado
O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histó­rico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) tombou o espaço em 1993 e o Mercadão se tornou Patrimônio Histórico e ponto turístico.

De geração para geração

O Mercadão Central de Ribeirão possui 152 boxes pertencentes a 67 permissionários. Uma caracte­rística do comércio é que os estabelecimentos são passados de pai para filho. Muitos dos comercian­tes que hoje tomam conta dos negócios viram os pais ou avós trabalharem no local.

Sidiney Reinaldo Júnior é um deles. Sempre viu o pai, o Lula, trabalhar no restaurante, um dos mais conhecidos. Herdou o nome e o estabelecimento do genitor. “Cresci aqui, meu pai montou o restau­rante há 41 anos. Eu comecei em 1990 a ajudar e, com a morte dele, em 1997, assumi. É boa parte da minha vida”, diz.
Massaro, o mais antigo
Mas nessa história de pai para filho, um bom exemplo é de Ismael Massaro, de 77 anos. Ele está no local desde 1950, mas a loja, data de 1926. Ainda criança acompanhava o pai, Francisco Mas­saro, o precursor. “Fui criado aqui dentro. Vinha com meu pai para ajudar. O Mercadão é tudo pra mim, é a minha vida”,
relembra.
Massaro recorda-se do incêndio. “Destruiu tudo. Ai fomos para a beira do rio, cada um montou o seu comércio como podia, uns de alvenaria, outros de bambu…”, lembra. “Mas a reforma foi curta, durou pouco mais de um ano”, diz.

O mais antigo comerciante destaca um detalhe curioso após a reconstrução. “Na campanha para prefeito o Costábile Romano prometeu refazer o prédio. Ele foi eleito e cumpriu a palavra, só que ficou muito grande e os comerciantes ficaram com medo de vir para cá. Isso durou um bom tempo. Um dia, ele ficou bravo, chamou todo mundo no Salão Nobre do Palácio Rio Branco e falou: quem não fosse para o prédio perderia o direito de con­cessão. E mais, iria passar o trator nas barracas que estavam na Francisco Junqueira. Todo mundo voltou”, sorri.

A tradição da família Massaro no Mercadão vai continuar. Dois filhos possuem comércio no local. Massaro, o primeiro comerciante a chegar ao prédio todos os dias, é confiante. “Aqui é o vovô do shopping. Aqui tem preço e o atendimento é diferenciado. No mercado você não negocia com o dono, aqui não, você fala com o proprietário e tem desconto sempre”, brinca.

Programação de aniversário do Mercadão Central
(28/09/2018)

07:30 às 08:30 – Ato ecumênico
08:00 às 17:00 – Carrinhos de Pipoca e Algodão Doce
08:00 às 15:00 – Medicina Popular (medição de pressão e glicose)
09:00 às 10:30 – Música ao vivo (MPB, Sertanejo, Bolero, Lentas)
11:00 às 11:30 – Michael Jackson cover
12:00 às 13:30 – Música ao vivo (MPB, Sertanejo, Bolero, Lentas)
13:00 às 14:30 – Montagem do bolo
14:00 às 14:30 – Apresentação de artes marciais (Mestre Severino)
14:40 – Corte do bolo
16:00 às 16:40 – Encerramento com a Banda da PM (15 membros)

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