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A mensuração do envelhecimento (6)

Nos últimos anos, a disponibilidade de tecnologia de neuroima­gem tem estimulado um aumento acentuado na literatura de neu­rociência cognitiva humana, incluindo o estudo do envelhecimento cognitivo. Embora haja um consenso crescente de que o cérebro envelhecido mantém considerável plasticidade de função, atual­mente medida principalmente por meio da ressonância magnética funcional, ainda causa questionamentos como as diferenças de idade na atividade cerebral se relacionam com o desempenho cognitivo. O campo também é dificultado pela complexidade do próprio processo de envelhecimento e pelo grande número de fatores que são influen­ciados pela idade. Nas linhas abaixo, algumas das tendências atuais e questões não resolvidas na neurociência cognitiva do envelhecimen­to são discutidas.

A influência do treinamento no cérebro adulto foi demonstrada como uma experiência ao longo da vida, capaz de influenciar a es­trutura e a função cerebrais. Entretanto, pouco se sabe sobre como o treinamento comportamental de curto prazo pode afetar a atividade cerebral em idosos adultos. A importância desta questão? Devido as suas implicações para com a reabilitação do declínio cognitivo em pessoas idosas.

Um estudo de neuroimagem analisou essa questão chegando a resultados intrigantes. Um treinamento para idosos em uma tare­fa de atenção dividida em cinco sessões de uma hora durante um intervalo de duas semanas foi realizado. No decorrer do estudo, a atividade do córtex pré-frontal que foi maior em adultos antes do treinamento foi reduzida ao nível observado em adultos mais jovens após o treinamento. Por quê? Pelo fato de, uma vez que a prática nas duas tarefas reduziu o esforço necessário para realizá-las simultaneamente, reduziu-se também a necessidade de controle cognitivo mediado pelo córtex pré-frontal. Da mesma forma, uma redução na amplitude de uma resposta eletrofi­siológica evocada durante uma tarefa de memória de trabalho foi relatada em idosos após 10 horas de treinamento de discrimi­nação perceptiva, e essa redução previu o aumento da precisão na tarefa de memória de trabalho obti­da após o treinamento.

Na sequência, os adultos mais velhos foram submetidos a duas sessões de treinamento (para um total de 2,5 horas), em que eles foram treinados sobre o uso de três diferentes estratégias de aprendizagem e, em seguida, permissão para usar a estratégia de sua escolha para apren­der listas de palavras. Uma sessão de ressonância magnética pós-treino foi então realizada no grupo mais velho. O que foi encontrado? Que o uso das estratégias durante a condição de codificação na segunda sessão de ressonância coincidiu com uma eliminação das diferenças de idade pré-treino na memória de palavras. O treinamento também aumentou a atividade cerebral dos adultos mais velhos nas regiões frontais e tem­porais esquerdas, que foram previamente associadas ao processamento verbal e à codificação bem-sucedida.

Esses aumentos da atividade cerebral quando correlacionados com o grau de melhora na memória após o treinamento, sugeri­ram um papel direto do treinamento em influenciar tanto a função quanto o comportamento do cérebro. Esses estudos de treinamento sugerem que o aumento da atividade cerebral após um treinamento limitado poderia ser devido à adoção de uma estratégia diferente, enquanto a diminuição da atividade cerebral após o treinamento é mais provável devido a um aumento da eficiência relacionado à prá­tica em uma tarefa. Mais detalhes verificar Nat Rev Neurosci. 2012 Jun 20; 13(7): 491–505

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