Tribuna Ribeirão
Política

Vereador pede novo projeto à prefeitura

O vereador Marcos Papa (Rede) protocolou na última quinta-feira, 20 de setembro, na secretaria da Câmara de Vereado­res, uma indicação em que sugere ao Executivo alterações no projeto de lei que autoriza a exploração de publicidade nos pontos de ônibus de Ribeirão Preto. Segundo o par­lamentar, o objetivo é evitar que a proposta da prefeitura – rejeitada em plenário na sessão do dia 18 – seja novamente negada pelo Le­gislativo, caso seja enviado com a mesma redação.

A indicação foi protocolada após as 18 horas e por isso não foi incluída na pauta da sessão de quinta-feira. Entre as mudanças propostas por Marcos Papa está a que estabelece que os recursos ob­tidos com a exploração da publi­cidade nos pontos de ônibus não sejam destinados para a Empresa de Trânsito e Transporte Urba­no de Ribeirão Preto (Transerp), como propôs o governo, mas sim para um fundo próprio a ser cria­do. Também sugere que a utiliza­ção desta receita acessória passe a ser exclusiva para a melhoria no transporte público. O projeto ori­ginal estabelecia que a utilização poderia ser feita também para ações no trânsito.

Outras duas propostas também listadas na indicação prevêem a criação do Fundo Municipal de Transporte Pú­blico Urbano de Ribeirão Preto e a criação do Conselho Mu­nicipal de Mobilidade Urbana, que acompanharia os assuntos relacionados ao setor. Já o fundo receberia os recursos obtidos com a exploração das publicidades nos pontos do transporte coletivo.

Como não é competência do vereador elaborar este tipo de pro­jeto de lei, Marcos Papa afirma que a minuta enviada para o Exe­cutivo é uma forma de colabora­ção para a melhoria do transporte público na cidade. O prefeito Du­arte Nogueira Júnior (PSDB) não precisa acatar nem responder for­malmente ao parlamentar.

Marcos Papa presidiu a Co­missão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte, que inves­tigou irregularidades no contrato de concessão do serviço. Entre as conclusões apontadas pela CPI está a necessidade de especialistas analisarem a fórmula paramétrica utilizada para calcular o índice de reajuste da tarifa. Para isso, ele fez um novo requerimento à Mesa Diretora da Câmara solicitando a contratação pelo Legislativo de uma consultoria especializada neste tipo de análise.

Anteriormente ele já havia so­licitado a contratação e a presidên­cia da Câmara afirmou na época que analisaria a solicitação. Quan­do lançou o Procedimento de Ma­nifestação de Interesse (PMI) nº 01/2018, em 16 de janeiro, a Secre­taria Municipal da Administração informou que a cidade contava com 3.030 pontos de ônibus, sen­do 2.192 sem abrigo e 838 com al­gum tipo de cobertura ou duplo – 304 com modelo “Ribeirão Preto”, 179 com modelo “Barcelona”, 264 de concreto e 91 de diversos mo­delos. Segundo Papa, a exploração do serviço por parte do Consórcio PróUrbano era irregular porque não houve licitação.

Ele diz que ao empresa tercei­rizada contratada pelo grupo ven­dia propaganda em cerca de 600 pontos (entre 500 e 700) e que o pool pode ter arrecadado até R$ 48 milhões em quatro anos – R$ 12 milhões por ano –, mas o PróUr­bano já informou, inclusive em depoimento de diretores à própria CPI, que a receita foi de R$ 2,3 mi­lhões no período, R$ 45,7 milhões a menos – aproximadamente R$ 575 mil por ano. Também nega qualquer tipo de irregularidade ou exploração indevida.

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