Tribuna Ribeirão
Economia

Conta de água – Câmara vota matriz tarifária

A matriz tarifária foi auto­rizada por meio de decreto do prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB) publicado no Diário Oficial do Município (DOM) de 3 de maio e que passou a vigo­rar em junho – os consumidores receberam as faturas com o rea­juste em julho. O caso também tramita nas Varas da Fazenda Pública de Ribeirão Preto.

A polêmica sobre a forma de cálculo das tarifas do Daerp vem desde o ano passado, quando o prefeito revogou a antiga. No entanto, neste in­tervalo entre a anulação de um decreto e a publicação do ou­tro, não existia matriz tarifária em vigor, o que motivou duas ações populares na Justiça.

Uma foi impetrada pelo empresário José Roberto Perei­ra Alvim e outra por Lincoln Fernandes. O vereador pede ao juiz Gustavo Müller Lorenzato, da 1ª Vara da Fazenda Pública, a devolução do valor arrecadado durante o período e a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

Outro argumento defendido pelo trio de vereadores autores do decreto legislativo é que a medida precisa ser fixada por lei complementar com a aprovação dos vereadores, e não por decre­to, como o Executivo fez, sem votação no plenário da Câmara.

Em nota, o secretário mu­nicipal da Administração e dos Negócios Jurídicos, Ângelo Ro­berto Pessini Júnior, disse que o caso está na Justiça e que a prefeitura, além de cumprir as determinações dos magistrados, aguarda o julgamento do mérito.

Segundo o Daerp, até ju­nho quem consumia até dez metros cúbicos de água pagava R$ 20,10 – o menor valor de­sembolsado pelos mais de 190 mil clientes do departamento. Esse valor é a soma das tarifas de água (R$ 8,80), de afasta­mento (R$ 6,70) e do trata­mento do esgoto (R$ 4,60).

Com a nova matriz tarifária, o mesmo consumo de 10 m³ resultou em conta de R$ 20,70, com base na soma da tarifa de água (R$ 9,10 – aumento de R$ 0,30), de afastamento do esgoto (R$ 6,80 – acréscimo de R$ 0,10) e da do tratamento de esgoto (R$ 4,80 – aporte de R$ 0,20).

Neste caso, o reajuste ficou em 2,98%, com a conta passan­do de R$ 2,10 para R$ 2,70, mais R$ 0,60. Ribeirão Preto possui 164.209 consumidores na cate­goria residencial normal, e deste total, 151.247 (92,10%) conso­mem até 30 metros cúbicos por mês. Para estes consumidores houve redução média de 1,62%.

Para votar o decreto, o trio de autores teve que buscar assinatu­ras dos colegas e levar o caso ao plenário porque a Comissão de Constituição, Justiça e Redação CCJ emitiu parecer contrário alegando inconstitucionalidade.

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