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Valorização da democracia

Estamos em um momento da disputa eleitoral em que os ânimos ficam mais acirrados, as paixões mais afloradas e é comum que ocorram intolerâncias, discussões mais acalora­das e até ocorrências mais significativas, como a dissolução de amizades ou estremecimentos de relacionamentos até então considerados estáveis. É algo que não faz sentido. Mesmo que estejamos a menos de 20 dias da votação para escolha de nossos representantes. Democracia pressupõe a convivên­cia de ideias e pensamentos divergentes. Não combina com agressões, mesmo que verbais.

O período eleitoral é um momento em que justamente devem ser valorizadas as ideias, as intenções, as propostas, o diálogo e a convivência pacífica com adversários, mesmo dentro de discordâncias relevantes. Porque o momento da conquista do voto, da discussão política, é também o do fortalecimento da democracia, da liberdade de expressão, de convencimento do eleitor.

Não é este um período de enfraquecimento das institui­ções democráticas. Nem de atos extremados. Estes não devem ter lugar em momento algum, muito menos em período eleitoral, com a frágil desculpa da emoção inevitável. Agora a efervescência deve ser das ideias, dos planos, de planejamen­tos. Ao candidato cabe se apresentar ao eleitor da forma mais clara e transparente possível. Quem vai votar tem a importan­te tarefa de buscar as informações sobre quem se apresenta para a disputa.

A pessoa que decidiu pela atuação na vida pública, prin­cipalmente com disputa de mandato eletivo, tem no período eleitoral o seu momento mais importante. É a hora em que o contato com as pessoas é mais frequente e o debate de temas importantes fica muito mais fácil, as soluções aparecem e é possível planejar, idealizar obras, propor novos serviços e desenhar um futuro melhor.

É também um momento de disputa pela preferência do eleitorado. É a hora de mostrar propostas, oferecer currículo que assegure realizações. Divulgar ações realizadas que o qua­lifiquem para a disputa. Porque o futuro é importante, mas o passado precisa servir como referência de trabalho e respeito ao eleitor. Para mostrar competência e capacidade. Porque a decisão tem que ter base na clareza, objetividade.

E mesmo que a oposição seja ampliada e aguerrida, a dis­puta do voto não deve ocorrer a qualquer custo. Todo candi­dato deve lutar para ser eleito, para ser digno da candidatura. Precisa, porém, utilizar as ferramentas colocadas à disposição de todos. Quem conseguir melhor manuseio tem mais chance de chegar na frente, sem ultrapassar os limites que devem ter como parâmetro o bom senso. E a sensatez deve estar presen­te nas discussões, no trabalho de convencimento, nas decisões tomadas, nos caminhos priorizados.

O momento eleitoral requer serenidade, com firmeza e foco no trabalho. A campanha deve demonstrar, da forma mais aproximada possível, as intenções do possível eleito. Uma espécie de antecipação do retrato do que pode ser o futuro man­dato. Com a possibilidade sempre considerável de inevitáveis correções de rotas, de adequações e aperfeiçoamentos.

Também se espera cordialidade entre os adversários. Convivência pacífica e madura, dentro dos ditames da boa educação. Porque há muita importância nesta eleição, cujos vencedores têm a missão de levar o país à retomada da estabi­lidade política. Assim, todos os elementos presentes – muitos deles em evidente ebulição – precisam ser considerados e analisados com a necessária profundidade e calma, para que cheguemos a um resultado que satisfaça a maioria, como prevê a democracia.

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