Há poucos dias o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que no segundo trimestre de 2018 faltou trabalho para quase 28 milhões de brasileiros. Destes, cerca de 5 milhões desistiram de procurar emprego, o maior contingente de desalentados desde 2012.
Desalentados, mas não estagnados. Um estudo do Sebrae mostrou que parte deste time se recusa a ficar parado e busca outras formas de obter renda. São os empreendedores por necessidade que hoje representam 40% dos pequenos negócios abertos no Brasil. Não por outro motivo, o número de microempreendedores individuais (MEIs) – porta de entrada para os que decidem investir no negócio próprio – saltou de 6,5 milhões, em fevereiro de 2018, para 7,2 milhões, em agosto de 2018.
Nosso compromisso é fazer com que estes empreendimentos, abertos por necessidade ou por oportunidade, tenham resultados efetivos. A mais recente pesquisa de conjuntura do Sebrae-SP mostra que estamos no caminho certo. As pequenas empresas paulistas apresentaram expansão de 4,4% na receita real do primeiro semestre de 2018, na comparação ao primeiro semestre de 2017. No caso dos MEIs, o efeito foi ainda mais expressivo: alta de 17,5%, somando R$ 26,2 bilhões de receita no período.
A rede de atendimento do Sebrae-SP está à disposição para orientar e capacitar, presencial ou virtualmente, milhares de empreendedores e potenciais empresários. No caso especifico do MEI, em meados de 2016 entrou em operação o programa SuperMEI, que reúne ações integradas de orientação, capacitação e acesso ao crédito a fim de garantir melhores condições de competitividade esses empreendedores que trabalham por conta própria, faturam no máximo até R$ 81 mil por ano e podem empregar até uma pessoa.
Já foram capacitados quase 40 mil MEIs de 185 municípios paulistas, em especial dos segmentos de alimentos e bebidas, beleza, serviços automotivos e eletroeletrônicos, vestuário, construção civil, metalurgia e comércio varejista. Destes, cerca de 500 obtiveram financiamento a juro zero, num total de R$ 5,7 milhões. A maior parte das operações do programa Juro Zero Empreendedor, viabilizado em parceria com a Desenvolve SP, foi realizada por empreendedoras (56%) para capital de giro e aquisição de equipamentos e matéria prima de comércio varejista (46%), beleza e estética (15%) e alimentos (13%).
Temos relatos de participantes do programa que aumentaram o faturamento em até 60%, o lucro em 20% e empregaram um funcionário para atender melhor a demanda. Muitos já estão prestes a passar de MEI para microempresa.
Tais resultados nos movem a trabalhar de forma ainda mais dedicada para, até o final deste ano, dobrar o volume de recursos emprestados, chegando a R$ 10 milhões. Porque são pessoas como esses empresários, inconformados em participar das estatísticas sombrias do desemprego, que vão fazer a diferença, gerar emprego, renda e consolidar o ciclo virtuoso do crescimento.