Raul Gil foi ao estádio e estava ao lado do cantor Erasmo Carlos e do produtor Carlos Imperial.
À época, os dois haviam feito uma aposta que chamou atenção: se o Palmeiras ganhasse, um milhão de cruzeiros para Erasmo. Se o Corinthians ganhasse, o valor seria de Imperial. Os dois, porém, doariam o valor a uma instituição de caridade.
Raul deixou os amigos na porta, e foi até o vestiário para tentar encontrar algum conhecido que lhe ajudasse a entrar no estádio.
Enquanto ele estava lá, porém, o árbitro Armando Marques – que anos depois ficaria conhecido por errar a contagem em disputa de pênaltis na final do campeonato – passou próximo de Erasmo e Imperial e levou-os para dentro.
Inicialmente de fora, o apresentador, então, pediu ajuda a Galhardo e Luis Américo, jogadores de sua amizade, que convenceram o roupeiro Miranda a emprestar um uniforme do Corinthians para ele.
Desta forma, Raul Gil não só entrou no estádio, como conseguiu assistir à partida diretamente do banco de reservas, usando o uniforme de seu time do coração. Quando algum jornalista se aproximava, buscava esconder o rosto para tentar não ser reconhecido.
O resultado do jogo, porém, não foi dos melhores para Raul: derrota corintiana por 2 a 1. Quando a partida ainda estava em 0 x 0, diversos torcedores já haviam notado a ilustre presença e pediam ao técnico Zezé Moreira (alguns de forma não tão educada) que “colocasse o Raul pra jogar”.
O Palmeiras saiu à frente aos 33 minutos de jogo, com Servílio. O Corinthians empatou com Flavio pouco depois, aos 42, mas um gol de Cesar, aos 34 do segundo tempo, deu a vitória ao alviverde.
A história consta no livro Flash – Fora do Ar, lançado por Amaury Jr. na década de 1990, e foi confirmada ao E+ pela assessoria de imprensa de Raul Gil, que acrescentou mais detalhes.