O Theatro Pedro II de Ribeirão Preto receberá, nos dias 28 e 30 de setembro e 2 de outubro, a ópera “Don Giovanni”, obra-prima do compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756- 1791) com libreto de Lorenzo Da Ponte (1749-1838). O maestro Cláudio Cruz, da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), assina a direção artística e musical. A direção cênica é de Mauro Wrona, além de Caetano Vilela como designer de luz, o figurinista Fábio Namatani e o cenógrafo Nicolás Boni.
A partir do dia 17 de setembro, o espaço cultural estará ocupado para a montagem, ensaios e apresentações da superprodução. Cerca de 120 profissionais entre, solistas, músicos, atores, coralistas, produtores e técnicos levarão ao palco principal do Theatro Pedro II uma leitura ímpar de “Don Giovanni”, também considerada pelos compositores como a ópera das óperas.
A estreia será na última sexta-feira do mês, dia 28, às 20 horas, com mais duas sessões nos dias 30 (domingo, às 18 horas) e 2 de outubro, terça-feira, às 20 horas.
Os ingressos custam R$ 80 (plateia e frisa), R$ 60 (balcão nobre) e R$ 40 (balcão simples). Já a meia-entrada só vale para estudantes com carteirinha da instituição de ensino, professores da rede pública (municipal e estadual) com apresentação de holerite ou documentação e aposentados e idosos acima de 60 anos com documento comprobatório (cédula de identidade, RG).
Essas pessoas têm 50% de desconto e vão pagar R$ 40, R$ 30 e R$ 20, respectivamente. Crianças de até dois anos não pagam. Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e no site especializado Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br). Não será permitida a entrada após o início do espetáculo. Quem chegar atrasado também não poderá trocar o ingresso e não haverá devolução de dinheiro.
A Fundação Pedro II também proíbe o consumo de comidas e bebidas no local. O teatro fica na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. O local tem capacidade para 1.588 pessoas, mas parte foi interditada por segurança. Atualmente conta com 1,3 mil lugares. Telefone para mais informações: (16) 3977-8111. O espetáculo não é recomendado para menores de 12 anos devido ao horário.
A Matiz Eventos elaborou o projeto e executa toda a produção artística numa parceria com a Fundação Dom Pedro II e a prefeitura de Ribeirão Preto.
O projeto foi aprovado pelo Ministério da Cultura (MinC) – via Lei Rouanet – e apoiado por empresas e pessoas físicas de Ribeirão Preto e região.
Toda esta mobilização de talentos foi planejada e trabalhada por meses junto aos órgãos oficiais e apoiadores de cultura, fazendo no interior de São Paulo uma montagem criteriosa da lenda de Don Juan que surgiu como um conto moral de advertência contra a vida desregrada.
Como nenhum outro compositor até então, Mozart percebeu que, explorando a força emocional do canto, poderia infundir sangue e vida nos heróis da ópera tradicional, seja ela séria ou cômica. Os cantores-atores foram selecionados por um júri altamente qualificado. A primeira seletiva, em março, selecionou o barítono Camilo Calandrelli (Masetto) e a soprano Thayana Roverso (Zerlina).
A última seletiva ocorreu em 4 de junho para definir o coral da ópera. Foram aprovados Ana Carolina Furlan, Angélica Faria Rodrigues dos Santos, Felipe Cardoso Rissatti, Fernanda Brussi Gonçalves, Fernando Vital Munhoz, Gabriela de Oliveira Momesso, Geraldo Majela de Morais Santos, Igor Lourenço Luiz da Silva e Isabela Mestrine Abrahão Machado.
Também passaram Janaína Oliveira Rodrigues, Lucas Menegazzi Carvalho, Luís Felipe de Sousa, Maria Flávia Greggio Gattás, Patrícia Cristina Ribeiro de Freitas, Pedro Ernesto Coelho e Vinícius Eduardo Simão da Silva. A seleção foi acompanhada por Mariana Jábali, presidente da Fundação Dom Pedro II, Mariângela Quartim e Maria Helena Kowarick Spiritus, da empresa Matiz Eventos. Dezesseis candidatos foram aprovados.
Em março, foram avaliados 20 candidatos do país todo para os papéis de Zerlina (soprano) e Masetto (barítono). Thayana Roverso foi escolhida para interpretar a personagem Zerlina e Camilo Calandrelli fará Masetto. Esta montagem, que estreou no Theatro São Pedro, em São Paulo, em outubro do ano passado, com enorme sucesso de público e de crítica, passa agora por um processo de adaptação às características do palco do Pedro II e a escolha de parte do elenco.
“Don Giovanni” trata da história do galanteador espanhol conhecido pela fama de conquistador. A obra, que expõe a desordem dos afetos, ambientada em Sevilha, na Espanha do século XVIII, traz uma crítica social e sarcasmo misturando a comédia ao drama. Seu mote, que se desenrola em dois atos, se dá já na primeira cena, por conta da tentativa de estupro por parte de Don Giovanni à Donna Anna.
Os personagens vivem envoltos em emoções e desejos violentos, tendo ainda como tema central o “don juanismo” clássico na psicologia moral com foco no enlouquecimento do desejo. Neste cenário, e apesar de escrita em 1787, encenada pela primeira vez no Teatro Di Praga, não poderia trazer à tona assunto mais atual.
O tom cômico da peça se dá a partir da relação entre Don Giovanni e seu serviçal Leporello. A todo o momento o servo tenta alertar o patrão sobre os riscos que ele corre se envolvendo com mulheres casadas e donzelas, cujos pais juram morte ao sedutor a cada uma de suas investidas. É considerada uma das obras-primas da história das óperas.
O espetáculo terá três récitas e outras duas que serão abertas gratuitamente para alunos da rede pública de ensino, alunos de música de projetos sociais e instituições assistenciais. A montagem conta também com áudio-descrição para atender o público com deficiência visual.