Tribuna Ribeirão
Cultura

‘Palhaços’ – Um trapalhão bom de palco

Nascido no picadeiro, ícone do humor brasileiro, com décadas de trajetória nas artes da interpre­tação e na cena circense, o ator e humorista Dedé Santana resga­ta as origens aos 82 anos com a peça “Palhaços”, escrita em 1974 pelo dramaturgo brasileiro Timo­chenko Wehbi e adaptada pelo diretor Alexandre Borges. Quem contracena com o ex-trapalhão é Fioravante Almeida.

O espetáculo desembarca em Ribeirão Preto nesta quinta-feira, 6 de setembro, para duas sessões no Teatro Municipal, hoje e sexta-feira (7), feriado da Independên­cia, sempre às 20 horas. “Palhaços” é uma tragicomédia que revela as contradições e semelhanças entre o trabalhador comum e o artista. Nos bastidores de um circo, um jovem vendedor de sa­patos confronta um palhaço em fim de carreira.

Careta tem sua rotina alterada ao se deparar em seu camarim com o espectador Benvindo. Os dois conversam sobre suas vidas, desestabilizando crenças e valores e se questionam sobre suas esco­lhas. A peça é um convite à refle­xão sobre o real papel do artista, o que faz com que o público ultra­passe o espaço da lona, do espaço cênico, para ver de perto o verda­deiro palhaço.

Entre revelações, desabafos e brincadeiras, os dois questionam a forma como levam a vida. En­quanto o comerciante Benvindo diz que precisa trabalhar e encarar uma “vida de responsabilidades”, Careta tenta mostrá-lo o verda­deiro significado de ser artista. Mostrar esse lado dramático do palhaço foi o maior desafio de in­terpretação da carreira, diz Dedé. Oitava geração de artistas circen­ses da família, ele ficou marcado no imaginário dos brasileiros pela atuação em “Os Trapalhões”, pro­grama de humor da TV Globo que foi ao ar entre 1977 e 1995.

“Sempre fiz coisa cômica, de improviso. E, nesse tipo de espe­táculo, tem que seguir muito o texto”, disse em entrevista recente. “Tem hora que você é o palhaço, tem hora que é o próprio persona­gem. Tem hora que chega às vias do drama pesado.” Para o diretor Alexandre Borges, Dedé interpre­ta Careta com maestria. “É um ator completo: canta, dança, sapa­teia em cena. Homem consagrado na sua profissão, ator, comediante, um ícone brasileiro que se doa completamente em cena.”

A nova fase de experimen­tação teatral vem desde 2014, quando Dedé encenou a peça “A última vida de um gato”, escrita pelo brasiliense Alexandre Ribon­di e dirigida por Victor Peralta. No palco, ele interpretou um aponta­do que planejava suicídio no Lago Paranoá. “Foi bem mais leve pra mim”, comparou Dedé. A vida dele confunde-se, em parte, com a do palhaço Careta. Filho de contorcionista e palhaço, Dedé carrega de herança oito gerações de artistas de circo.

A primeira aparição dele sob a lona colorida foi aos três meses, no colo da mãe, durante um show. Desde então, a arte da palhaçaria esteve presente nos trabalhos do artista. Foi o programa humorís­tico “Os Trapalhões”, lançado na TV Globo em 1977, que consa­grou Dedé como ator. Foram 18 anos contracenando com Didi, Mussum e Zacarias. Em 2005, ele protagonizou “Dedé e o comando maluco”, que durou três anos.

Com o fim do programa, em 2008, o ator voltou para a emisso­ra para integrar o elenco de “A tur­ma do Didi” e, entre 2010 e 2013, também participou de “Aventuras de Didi”. Neste intervalo, em 2011, Dedé inaugurou um circo na ci­dade de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, que funciona até hoje. “Pa­lhaços” é a quarta obra para teatro que Alexandre Borges assume como diretor.

Os ingressos estão à ven­da no site do Mega Bilheteria (www.megabilheteria.com), na loja Banana & Banana da aveni­da Independência nº 2.366 (te­lefone 3620-2281), Alto da Boa Vista, Zona Sul, e no guichê do espaço cultural, na praça Alto do São Bento s/nº, Jardim Mostei­ro. O local tem capacidade para receber 515 pessoas – o esta­cionamento tem 40 vagas. Mais informações pelos telefones (16) 3625-6841. Censura: 12 anos.

Os ingressos custam R$ 60 e R$ 30 – meia-entrada vale para estudantes, coordenadores pedagógicos, supervisores e di­retores e professores de escolas públicas das redes municipal e estadual (mediante apresentação de documento comprobatório como carteira da instituição, bo­leto de mensalidade ou holerite), aposentados (com documento específico), idosos acima de 60 anos (com cédula de identidade, o RG) e portador de deficiência com acompanhante.

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