O aumento das estimativas de inflação fez o governo revisar para cima o valor do salário mínimo para 2019. A proposta do Orçamento Geral da União para 2019, enviada ao Congresso Nacional nesta sexta-feira, 31 de agosto, fixou em R$ 1.006 o piso da remuneração no país para o primeiro ano do próximo governo.
Em 2019, a fórmula atual de reajuste será aplicada pela última vez. Pela regra, o mínimo deve ser corrigido pela inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) dos dois anos anteriores.
De acordo com os ministérios da Fazenda e do Planejamento, o valor do mínimo foi revisado para cima porque a estimativa de inflação pelo INPC em 2018 passou de 3,3% para 4,2%. O INPC mede a variação de preços das famílias mais pobres, com renda mensal de um a cinco salários mínimos.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que fixa parâmetros para o Orçamento do ano seguinte, estabeleceu o salário mínimo em R$ 998. A previsão considerou o crescimento de 1% do PIB de 2017 mais estimativa de inflação pelo INPC de 3,3%. Inicialmente, o governo tinha proposto salário mínimo de R$ 1.002.
O mínimo proposto para 2019 é 5,45% maior que o deste ano, de R$ 954, acréscimo de R$ 52. A elevação do benefício em 2018, fixada pelo governo em 1,81%, foi a menor desde a criação do Plano Real em 1994 e ficou abaixo do resultado do INPC, que subiu 2,07% no ano passado. Pela primeira vez desde 2011 o reajuste foi inferior à inflação acumulada nos últimos doze meses.