Depois de 65 dias e 13 mil quilômetros percorridos, a Expedição Fuscamérica chega ao fim. A aventura que começou na Rússia – ainda antes da abertura da Copa do Mundo Fifa 2018 – e cruzou por outros nove países da Europa, agora se transformará em livro. A expectativa é de que o lançamento ocorra até dezembro. Será mais um convite para embarcar no “Segundinho” e reviver cada detalhe dessa incursão, que fincou o olhar sobre o lado B do mundo. É como se, de novo, o Fusca 68 deixasse o solo pelotense e abrisse as portas para milhares de pessoas viverem um mesmo sonho.
Foi assim durante os 65 dias. Em manifestações nas redes sociais, não faltaram palavras de entusiasmo. De encorajamento. De realização coletiva. E até sugestões para a expedição ganhar as telonas do cinema, em documentário. Em carta dedicada ao “Segundinho”, o fotógrafo Nauro Júnior, idealizador do projeto, resume: “Um velho Fusca é o que basta para me sentir um rei”, descontrai. A expedição saiu de Pelotas, no Rio Grande do Sul.
O carro antigo, com reboque e identificado com a bandeira do Brasil, despertou curiosidades. E, ainda que muitas vezes o idioma não permitisse palavras, mímicas e aplicativos nos celulares ajudavam a quebrar barreiras. Foi assim o tempo todo. Mesmo diante de imprevistos. De um pneu furado. De um eixo quebrado.
Ao estar de volta no Areal Fundos, possivelmente no final de outubro, “Segundinho” trará peças russas, letãs, europeias… Provas dos amigos conquistados ao longo do percurso e da solidariedade encontrada em doses elevadas nos momentos de apuros. “É um símbolo do quanto a gente é vulnerável às surpresas no caminho”, reforça.
O segredo é planejamento – Para tornar realidade projetos pessoais, uma palavra não pode faltar na bagagem: planejamento. Você só precisa definir o objetivo que irá perseguir e dimensioná-lo. Foi o que o fotógrafo Nauro Júnior fez, ao estabelecer orçamento e recorrer ao financiamento coletivo, que o permitisse cruzar o oceano e experimentar o improvável. E deu certo.
Na primeira etapa da expedição, na Rússia, ele esteve acompanhado do copiloto Caio Passos, antigo companheiro de viagens. Em Riga, capital da Letônia, era hora de revezamento. O editor de imagens retornava ao Brasil e chegavam a mulher de Nauro, a jornalista Gabriela Mazza, e a filha Sofia, de 13 anos.
Em família, aprontavam-se para seguir a aventura, vivenciada em velocidade máxima de 80 quilômetros por hora. Entre as diversas experiências guardadas na memória afetiva, os sinuosos Alpes austríacos, a ousadia de atravessar o túnel de Fórmula 1 em Mônaco, o acampamento em uma montanha na Espanha… “O mais importante não era chegar ao destino e, sim, as pessoas no caminho”, reforça Gabi. São os encontros que ficam.
O próximo destino da expedição? Não está definido. Independentemente do trajeto a ser percorrido, há uma convicção: a essência de quem volta não é mais a mesma. No roteiro, desprendem-se medos, angústias, incertezas. E em casa, na palafita, às margens do Arroio Pelotas, fica uma lição. Não só para eles: é possível traçar um sonho. E realizar. Ainda que pareça impossível.
A Expedição #Fuscamericanarussia e #Fuscamericanaeuropa se transformará em livro, a ser publicado pela Satolep Press. A expectativa é de que um segundo título, também possa ser lançado até o final do ano, em uma parceria entre Gabi Mazza e Sofia. Juntas, mãe e filha devem criar obra dirigida ao público infantil. Como personagem principal, ele: o Fusca. Também já passou por sete países da América do Sul, em cinco anos: Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Paraguai e Brasil, além da Antártica. Sempre com o “Segundinho” no comando.
Saiba mais da expedição
– Pela Rússia: oito mil quilômetros
Nauro Júnior e Caio Passos
Algumas cidades: Saint Petersburgo, Moscou, Samara e Kazan
– Pela Europa: cinco mil quilômetros
Nauro Júnior, Gabi Mazza e Sofia
Nove países: Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Alemanha, Áustria, Itália, França e Espanha