A Campanha Nacional Contra a Pólio e o Sarampo entra em sua reta final nesta semana. A vacinação vai até sexta-feira, 31 de agosto, e a Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto ainda não foi notificada sobre uma provável prorrogação. O índice de imunização está bem abaixo da meta e preocupa as autoridades sanitárias.
Segundo o último balanço oficial divulgado pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da secretaria, metade as crianças na faixa etária de um ano a cinco anos incompletos (quatro anos, onze meses e 29 dias) ainda não receberam a dose da vacina tríplice viral (a popular SCR, protege contra a sarampo, caxumba e rubéola) e contra a poliomielite, a “paralisia infantil”. No sábado passado (18), “Dia D” de imunização, foram vacinados 3.881 meninos e meninas.
Desde o início da campanha foram imunizadas 15.153 crianças, o que representa a cobertura de 50,5% do público-alvo, que é formado por 30.108 crianças. A meta da Secretaria Municipal da Saúde é vacinar 95% dessa população. Ribeirão Preto tem 35 salas de vacinas que permanecem abertas, das oito às 17 horas, também durante a semana, de segunda a sexta-feira. Os horários são variados e conforme o funcionamento de cada unidade de saúde. Veja toda a relação no site oficial da prefeitura (www. ribeiraopreto.sp.gov.br).
“Pedimos aos pais e responsáveis que reservem um tempo para levarem seus filhos aos postos de saúde até o fim da campanha, para evitar problemas mais graves no futuro”, alerta a coordenadora do programa de Imunização de Ribeirão Preto, Mayra Fernanda de Oliveira. A intensificação da campanha em Ribeirão Preto tem como objetivo a prevenção e o aumento da cobertura vacinal da doença em função do registro de um caso não autóctone (importado) no mês de abril, depois de dez anos sem nenhuma ocorrência.
A pasta já adiantou que o vírus da doença não circula no município e não há motivo para alarde. A confirmação o caso ocorreu no dia 10 de abril e revelou que uma profissional da área médica de Dracena (SP) contraiu sarampo no Líbano (foi identificado o genótipo D8, semelhante ao circulante no Oriente Médio), em abril, quando prestava serviços humanitários.
A ocorrência foi registrada em Ribeirão Preto porque, ao voltar do Oriente Médio, ela desembarcou na cidade para visitar a mãe que estava internada em hospital do município. Por ser profissional da área da saúde ela identificou que estava com os sintomas da doença e iniciou o tratamento. A Fundação Santa Lydia, em parceria com o Rotary Clube, promoveu no último sábado (18), ações para fortalecer a campanha de mobilização nacional de combate ao sarampo e à poliomielite para crianças na faixa etária de um ano a cinco anos.
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da avenida Treze de Maio e a Unidade Básica e Distrital de Saúde (UBDS) do Quintino Facci II, administradas pela fundação, promoveram ações. Foram distribuídos panfletos informativos e fornecidas orientações sobre as de doenças aos pais e responsáveis. Em pontos estratégicos, também foram disponibilizadas faixas informativas.
Pólio
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) pediu ao Ministério da Saúde informações sobre o risco enfrentado por cidades brasileiras de retorno da poliomielite. A pasta informou, em 30 de junho, que 312 cidades estavam em situação de alto risco, 44 no Estado de São Paulo, em virtude das baixas coberturas vacinais. Cinco são da macrorregião de Ribeirão Preto: Ribeirão Corrente (16,22%), Cristais Paulista (20,79%), Franca (24,10%), Guariba (32,26%) e Jaboticabal (44,44%). Pelo menos 800 mil crianças estavam sem proteção contra a doença no Brasil.
País precisa vacinar 5 milhões de crianças
Na reta final da Campanha Nacional Contra a Poliomielite e Sarampo, cinco milhões de crianças de um ano a menores de cinco precisam buscar os postos de saúde para receber a vacina. A última atualização enviada pelos estados mostra que, até quarta-feira, 22 de agosto, 56% de crianças em todo país foram imunizadas contra essas doenças.
Em todo país, foram aplicadas mais de 12,5 milhões de doses contra a pólio e sarampo (cerca de 6,2 milhões de cada). A meta do Ministério da Saúde é vacinar pelo menos 95% das 11,2 milhões de crianças independente da situação vacinal delas e criar uma barreira sanitária de proteção da população brasileira.
Para a poliomielite, crianças que ainda não tomaram nenhuma dose na vida serão imunizadas com a Vacina Inativada Poliomielite (injetável), enquanto as que já tiverem tomado uma ou mais doses receberão a Vacina Oral Poliomielite (gotinha). Quanto ao sarampo, todas as crianças devem receber uma dose da vacina tríplice viral – com exceção para as que tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias.
Segundo o ministério, entre os estados com menor cobertura na campanha, estão Rio de Janeiro, com 36,27% do público-alvo vacinado para pólio e 37,62% para sarampo, e Pará, que tem 41,04% para pólio e 41,04% para sarampo. Já os estados com melhor cobertura são Rondônia, com 88,89% para pólio e 87,42% para sarampo, e Amapá, com 82,74% para pólio e 82,58% para sarampo.
Casos – Atualmente, o país enfrenta pelo menos dois surtos de sarampo – em Roraima e no Amazonas. Até o momento, foram confirmados 1.087 casos de sarampo no Amazonas, enquanto 6.693 permanecem em investigação. Já o estado de Roraima confirmou 300 casos da doença, enquanto 67 continuam em investigação.
Há ainda casos isolados e relacionados à importação identificados nos seguintes estados: São Paulo (2); Rio de Janeiro (18); Rio Grande do Sul (16); Rondônia (1); Pernambuco (2); e Pará (2). No estado de São Paulo, 905,4 mil crianças de um ano a menores de cinco precisam buscar os postos de saúde para receber a vacina contra a pólio e sarampo. Até quarta-feira (22), cerca de 58,9% do público-alvo haviam sido imunizados.