Tribuna Ribeirão
Economia

Moagem em agosto tem queda de 26,1%

A quantidade de cana-de -açúcar processada pelas uni­dades do Centro-Sul somou 33,56 milhões de toneladas na primeira quinzena de agosto. O resultado é 26,13% inferior em comparação à 45,44 milhões de toneladas verificadas no mes­mo período na safra 2017/2018. O balanço é da União da Indús­tria de Cana-de-Açúcar (Uni­ca) e foi divulgado nesta sexta-feira, 24 de agosto.

Essa redução decorre das intensas chuvas ocorridas no início do mês de agosto que im­pactaram o ritmo de colheita, implicando numa perda média de quase cinco dias de moagem. As regiões foram afetadas de formas distintas, variando a in­terrupção no processamento de cana de um até nove dias, con­forme observado no Estado do Paraná e regiões de Assis, Piraci­caba e São Carlos, em São Paulo.

De acordo com o 2º Le­vantamento da Safra de Cana-de-Açúcar 2018/2019, divulga­do no dia 21 pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total está atualmente estimada em 635,51 milhões de toneladas, o que representa um aumento de apenas 0,4% em relação à ante­rior (2017/18), que fechou em 633,26 milhões de toneladas, 2,25 toneladas a mais.

A produção de açúcar dimi­nuiu 45,90% na quinzena, atin­gindo 1,71 milhão de toneladas. A produção de etanol, por outro lado, apresentou ligeiro aumen­to de 1,10%, totalizando 1,98 bi­lhão de litros, contra 1,95 bilhão fabricados na mesma quinzena de 2017. No caso do hidratado, somou 1,34 bilhão de litros, alta de 23,08% em relação ao mesmo período do ciclo 2017/2018.

Já a fabricação de anidro – adicionado à gasolina em 25% –, por sua vez, totalizou 631,97 milhões de litros nos primeiros quinze dias de agosto, queda de 26,75% ante os 862,75 milhões registrados na mesma quinzena do ano anterior. No acumulado desde o início da safra até 16 de agosto, a produção de açúcar atingiu 16,48 milhões de tone­ladas. O volume acumulado de etanol alcançou 18,05 bilhões de litros, sendo 5,57 bilhões de ani­dro e 12,47 bilhões de hidratado.

O volume total de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul so­mou 1,34 bilhão de litros nos primeiros quinze dias de agosto, crescimento de 20,32% em rela­ção à mesma quinzena do ano anterior (1,12 bilhão de litros), sendo 53,49 milhões destinados à exportação e 1,29 bilhão ao mercado doméstico.

O destaque foi a expansão das vendas do etanol hidrata­do no mercado interno, que atingiram 919,80 milhões de litros. Esse volume represen­ta um expressivo aumento de 41,85% em relação ao valor registrado em igual período de 2017 (648,43 milhões de litros). No caso do anidro, o volume comercializado no mercado doméstico alcançou 371,34 milhões de litros na primeira quinzena de agosto.

O montante é inferior aos 391,61 milhões registrados na mesma quinzena do último ano. As vendas acumuladas de etanol pelas usinas, desde o início da safra 2018/2019 até 16 de agosto, somaram 10,58 bilhões de litros, com 566,55 milhões exportados e 10,02 bilhões comercializados internamente – crescimento acumulado de 16,43% na com­paração com o ciclo 2017/2018.

O mais recente Boletim do Setor Sucroalcooleiro, divulga­do pelo Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper) da Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Adminis­tração, Contabilidade e Eco­nomia (Fundace) com base na estimativa da última safra da Conab, indica que a área de colheita da cana-de-açúcar recuou na macro e na micror­região de Ribeirão Preto.

A macrorregião abrange 66 municípios, e a micro, 16. De acordo com dados da Co­nab, nacionalmente, na safra 2017/2018, a área colhida era de 8,79 milhões de hectares de cana, o que representou queda de 3,5% em relação à colhei­ta anterior. No estado de São Paulo, a área colhida foi de 4,55 milhões de hectares, número 4,5% menor que o observado na safra 2016/2017.

Quanto à região de Ribei­rão Preto, os dados mais recen­tes sobre o setor sucroalcoolei­ro dão conta de uma redução das áreas disponíveis para co­lheita, que segue uma tendên­cia no estado de São Paulo, cuja queda foi de 4% em 2017/2018. Na macrorregião, o recuo da área total foi de 3,4%, enquanto que na microrregião, ficou em 3,8%. O município de Ribeirão Preto, cuja área total disponível para colheita foi de 27,1 mil hectares, teve queda menor, no patamar de 2,1%.

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