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Fenasucro espera ‘faturar’ R$ 4 bi

A 26ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética (Fenasucro & Agrocana), que acontece de 21 a 24 de agosto, no Centro de Eventos Zanini, em Sertãozinho, terá a presença de novos perfis de compradores que, junto com toda a cadeia produtiva do setor, impactarão positivamente na geração de negócios neste ano. A expecta­tiva é que o movimento finan­ceiro cresça 7% em relação ao ano passado, com aporte de R$ 200 milhões, chegando a R$ 4 bilhões – faturou R$ 3,8 bilhões em 2017.

A expectativa é que o movimento financeiro cresça 7% em relação ao ano passado, com aporte de R$ 200 milhões, chegando a R$ 4 bilhões

Além do setor canavieiro, a feira receberá visitantes das áreas de transporte e logística, alimen­tos e bebidas, biodiesel e papel e celulose com produtos comer­ciais e eventos de conteúdos específicos para estes nichos de mercado. O otimismo também reflete na movimentação de pú­blico, que dever ser 8% maior que 2017, chegando a 40 mil pessoas, três mil a mais que os 37 mil visitantes do ano passado.

O otimismo também reflete na movimentação de público, que dever ser 8% maior que 2017, chegando a 40 mil pessoas

Com um novo layout, a es­trutura da feira ganhou mais mil metros quadrados de área devido à chegada de 30 novas empresas que serão abrigadas em um pavilhão denominado Agrotec. Este setor dará acesso à área da Agrocana. A um mês do evento, a feira está 96% comer­cializada e 8% maior em relação ao ano passado. Durante o lan­çamento, em 26 de junho, um contrato entre os organizadores foi assinado mantendo a reali­zação da feira por mais dez anos em Sertãozinho.

A logística está entre os prin­cipais desafios do setor sucroe­nergético, principalmente por conta dos custos com transpor­te, armazenamento e expedição de cargas. Tudo isso representa 30% do custo total da produção de cana-de-açúcar – segundo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embra­pa) – e soluções que reduzam esse índice são foco de interesse.

A feira também aquece a economia local: no ano passado, Sertãozinho estimava alta de até 40% no movimento do comércio, bares, restaurantes e hotéis

Prova disso é que 39% dos visitantes da Fenascuro & Agro­cana têm interesse no setor de transporte e logística. Entre esse grupo, 80% buscam atividades de conteúdo e 20% vão ao even­to para fazer relacionamento e criar novas oportunidades. A 26ª edição do evento traz novidades voltadas a essa vertical. Destaque será a área exclusiva que contará com a presença das principais marcas mundiais montadoras de caminhões – como Merce­des-Benz do Brasil, Ford Cami­nhões e Volkswagen Caminhões e Ônibus – e estará localizada na parte externa da feira.

Já as inovações por meio de conteúdo serão apresentadas e discutidas durante o Seminário de Logística promovido pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-LOG) – vinculada à Universidade de São Paulo (USP), – em conjun­to com a Associação Brasileira de Logística (Abralog). Serão apresentadas tendências, tecno­logias e estratégias para redu­ção de custos, em uma análise completa sobre o segmento. Te­mas atuais e relevantes, como a greve dos caminhoneiros e al­ternativas como o uso de ferro­vias, também serão discutidos.

Segundo o especialista Ri­cardo Amadeu Silva, diretor presidente da Telog-Transespe­cialista, uma das expositoras da Fenasucro, investir na otimiza­ção de processos e na gestão das pessoas no segmento de transporte e logística pode trazer ao setor sucroenergéti­co uma economia de até 15%. “Existem oportunidades e con­dições de alcançar uma perfor­mance muito melhor a área. E tudo depende fundamental­mente de gestão de processos e de pessoas”, destaca.

Durante o lançamento, em 26 de junho, um contrato entre os organizadores foi assinado mantendo a realização da feira por mais dez anos em Sertãozinho

Outro fator que reforça as boas expectativas da feira é o Re­novabio, programa do governo federal já em vigor que impul­sionará a produção de etanol de 30 para 50 bilhões de litros por safra, além da regulamentação que já elevou para 10% o per­centual de mistura de biodiesel no diesel comum vendido ao consumidor. Tudo isto, segundo o gerente de Produto da feira, Paulo Montabone, incentiva no­vos investimentos para a manu­tenção e até mesmo a criação de novas usinas para o atendimen­to das demandas estabelecidas pelo programa. A bioenergia também alavanca o setor com a valorização da biomassa para a produção de bioeletricidade.

O presidente do Centro Nacional das Indústrias do Se­tor Sucroenergético e Biocom­bustíveis (Ceise Br), Aparecido Luiz, aponta que, neste ano, a Fenasucro & Agrocana aconte­ce num cenário mais otimista para o setor sucroenergético. “Se em 2017 tínhamos expectativas acerca da consolidação da Políti­ca Nacional de Biocombustíveis, em 2018 ela já é uma realidade. Embora o RenovaBio ainda es­teja em fase de regulamentação, agora conseguimos enxergar um norte para a cadeia produ­tiva da cana-de-açúcar, em es­pecial para a indústria de base, tão prejudicada com as crises econômica e setorial dos últimos anos”, diz.

“Como a feira reúne todos os elos do setor, ela poderá ser o termômetro para este seu novo momento, trazendo pos­sibilidades não só para o etanol, açúcar e energia, mas para todas as áreas correlatas, favorecendo diversificação e ampliação de mercados, bem como o estí­mulo à inovação e aumento de produtividade, o que irá, assim, estimular a competitividade da indústria nacional”, afirma.

Para conhecer os lançamen­tos e participar dos eventos de conteúdo que acontecerão na 26ª Fenasucro & Agrocana o in­teressado precisa fazer o pré-cre­denciamento disponível no site www.fenasucro.com.br. Nesta edição, são mais de 350 horas de programação no Espaço de Conferências e auditórios.

A feira também aquece a economia local. No ano passa­do, Sertãozinho, com 121 mil habitantes e o 66º Produto In­terno Bruto (PIB) do Estado de São Paulo, estimava alta de até 40% no movimento do comér­cio, bares, restaurantes e hotéis, principalmente durante o even­to. Segundo a organização da Fenasucro & Agrocana, após uma parceria com a prefeitura, a cidade forneceu de 85% a 90% de toda a mão de obra contrata­da para a realização do evento.

Novo pavilhão
Com novo layout, a estrutu­ra da feira ganhou mais mil me­tros quadrados neste ano para receber 30 novas empresas que serão abrigadas em um pavilhão denominado Agrotec, dentro da parte agrícola do evento. O Cen­so 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os produtores rurais se dedicam cada vez mais ao trato do solo com o objetivo de aumentar a produtividade.

Na região de Ribeirão Pre­to, em 75% das propriedades rurais existe algum tipo de téc­nica de preparo das lavouras. Há onze anos, esse índice era de 60%, o que traduz o avanço de investimento em tecnolo­gias para melhorar o desempe­nho no campo. Ainda segundo o IBGE, na região de Ribeirão Preto, 45% das propriedades rurais já trabalham totalmente com a internet, índice que não chegava aos 8% há onze anos.

Entre as inovações que serão apresentadas pelas 30 empresas que integram a Agrotec estão sistemas de controle, de irriga­ção, de preparação do solo, má­quinas para plantio e colheita, estrutura de monitoramento e iluminação das propriedades rurais. A Agrotec apresentará também plataformas comple­tas de acesso a dados e aplica­tivos para acompanhar condi­ções da produção e de clima. Tudo com foco na melhora do desempenho e para atender às necessidades de produtores cada vez mais conectados.

Carreta Alambique e a história da cachaça

Carreta Alambique – Escola Brasil é uma das novidades da Fenasucro & Agrocana

A Carreta Alambique – Escola Brasil é mais uma novidade anunciada pela 26ª Fenasucro & Agrocana. Durante os quatro dias de evento, sem­pre a partir das 14 horas, a unidade móvel receberá visitas guiadas para a apresentação dos processos de produção das cachaças e, também, fazer a degustação dos sabores e aromas de um dos produtos mais consumidos da cana-de-açúcar.

A visitação será dividida em turmas de até 15 pessoas, de hora em hora. A inclusão da Carreta Alambique na programação reforça a ampliação de te­mas e atividades para toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, incluindo a produção de cachaça, considerada Patrimônio Histórico do país.

Com 13 metros de comprimento e 52 m² de área útil, a Carreta possui alambique para aulas práticas, laboratório, sala de aula para 15 alunos, biblioteca e acervo de vídeos. O veículo já percorreu diferentes lugares do Brasil, mas fica sediada em Belo Horizonte, onde há grande concen­tração de alambiques.

A Carreta Alambique – Escola Brasil é uma realização do Centro de Referência da Cachaça (CBRC), Emater-MG, Truckvan e Fábrica de Alambiques Santa Efigênia. Com o objetivo de estimular o empreende­dorismo e gerar negócios, foi lançada pela Truckvan em parceria com os empresários José Lúcio Mendes Ferreira e Renato Frascino, especialistas em cachaças.

“A unidade móvel levará até os produtores e suas equipes o conheci­mento necessário para produzirem cachaça com qualidade dentro dos padrões legais e exigidos pelo mercado de bebidas destiladas no mundo. Além dos produtores, os cursos também serão voltados para os PDVs – Pontos de Vendas, consumidor final e bartenders”, destaca Ferreira, presidente do Centro Brasileiro de Referência da Cachaça (CBRC).

O potencial da bioeletricidade
A 26ª Feira Internacional de Tecno­logia Sucroenergética (Fenasucro & Agrocana), que acontece de 21 a 24 de agosto, no Centro de Eventos Za­nini, em Sertãozinho, vai discutir a produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar.

Nos últimos anos, a bioeletricidade vem ganhando espaço na matriz energética brasileira. A fonte bio­massa, atualmente, ocupa o terceiro lugar na geração, atrás da hídrica e da fóssil, representando 9% da potência concedida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Os dados são do boletim “A Bioe­letricidade em números” do mês de julho, divulgado pela União da Indús­tria da Cana-de-Açúcar (Unica), que também revela que a energia gerada pela indústria da cana equivale a 7% da capacidade instalada no Brasil, e a 77% da fonte biomassa.

Segundo a publicação, em 2017, a bioeletricidade ficou concentrada em cinco estados da Região Centro- Sul – Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo –, sendo que este último foi o que mais contribuiu para a rede: 47% do volume total. A geração sucroe­nergética paulista, no período, foi equivalente a 20% da produção de energia elétrica no estado.

O boletim informa que a geração de bioeletricidade para o Sistema In­terligado Nacional (SIN), de janeiro a junho deste ano, aumentou em 14% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi impul­sionado pelo início da safra da cana na Região Centro-Sul, em abril, mês também em que o gerado corres­pondeu a quase 5% do consumo de energia no País nos 30 dias.

Ainda no primeiro semestre de 2018, estima-se que volume de bio­eletricidade fornecido ao SIN evitou a emissão de 3,1 milhões de tonela­das de CO2. E é essa preocupação com a redução de emissão de gases de efeito estufa que o Brasil tem enxergado grande potencial no setor sucroenergético – inclusive, recentemente, teve sua importância reconhecida para a matriz energé­tica nacional, enquanto gerador de energia limpa e renovável, através da implantação da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).

Para Zilmar Souza, gerente de bio­eletricidade da Unica, é necessário estabelecer uma política setorial de incentivo e de longo prazo também para a bioeletricidade. “Atualmen­te, aproveitamos apenas 15% do potencial técnico da bioeletricidade sucroenergética e uma política esti­mulante para esta fonte, juntamente com a operacionalização do Reno­vaBio nos próximos anos, devem impulsionar o avanço deste recurso renovável na matriz de energia do País”, avalia Souza.

Por isso, todo esse cenário será de­batido por especialistas renomados durante o “8º Seminário Ceise Br/ Unica sobre Bioeletricidade”. Mar­cado para o dia 22, quarta-feira, o evento já tem, entre os palestrantes confirmados, os nomes de Eduardo Azevedo, secretário de Planejamen­to Energético do Ministério de Minas e Energia; e João Carlos de Souza Meirelles, secretário de Energia e Mineração do Estado de São Paulo. O evento vai trazer a discussão de como incluir na matriz energética do País o biogás e os biocombustíveis.

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