Um grupo de fundadores do Tinder acaba de processar a empresa-mãe do app de relacionamentos, a Match Group, em US$ 2 bilhões – ação que se estende também à controladora da Match, a IAC (InterActiveCorp). De acordo com os queixosos, as duas empresas manipularam dados financeiros relativos ao Tinder, apresentando valores deliberadamente inferiores aos do mercado a fim de limitar as opções acionárias dos criadores do app.
Entre os demandantes estão Sean Rad, Justin Mateen e Jonathan Badeen – este, de fato, ainda na folha de pagamentos do Tinder, assim como o vice-presidente financeiro da companhia, James Kim, e a vice-presidente de marketing e comunicações, Rosette Pambakian.
Pambakian, de fato, motiva uma alegação distinta no mesmo processo. De acordo com a ação, ela teria sofrido assédio sexual por parte do CEO do Match Group (que se tornou também diretor executivo do Tinder), Greg Blatt, durante as festas de fim de ano de 2016. Supostamente, o fato foi camuflado pela companhia, de forma que Blatt pudesse concluir a avaliação do Tinder e, posteriormente, a fusão com o Match – devendo, então, anunciar sua saída, o que de fato ocorreu.
Ademais, os cofundadores também acusam o Match Group de mudanças administrativas efetivadas para “permitir que os acusados controlassem a avaliação do Tinder e privassem os detentores de ações da empresa de sua participação no sucesso futuro da companhia”. Entre as manobras mencionadas está a remoção de Sean Rad como diretor executivo ao final de 2016.
“Pelo menos US$ 2 bilhões”
Pelo total de acusações listadas, os demandantes pedem, a título de compensação de danos, “uma quantia a ser determinada pelo tribunal, mas não inferior a US$ 2 bilhões”. Em nota, Rad afirmou que a reputação da IAC de ignorar compromissos contratuais e “agir como se as leis não se aplicassem a eles” sempre preocupou os cofundadores.
“Mas nós nunca imaginamos que eles [a IAC] iriam tão longe a ponto de enganar todas as pessoas que construíram o Tinder”, escreveu o executivo. Rad afirma ainda que todos os envolvidos têm feito grandes esforços para mostrar o que foi denominado pelos queixosos de “violação sistemática dos direitos dos empregados”.
Match e IAC devem se defender “vigorosamente”
Em resposta conjunta emitida ao site TechCrunch, IAC e Match Group dizem que as alegações não têm mérito, e que as empresas vão se defender “vigorosamente” em tribunal. “Desde o início do Tinder, o Match Group pagou mais de US$ 1 bilhão em compensação de capital para os fundadores e funcionários da empresa”, diz a nota.
Ainda de acordo com o texto, tanto o Match Group quanto os demandantes se lançaram em um processo de avaliação rigoroso, com base contratual, envolvendo bancos de investimento independentes, e “o Sr. Rad não gostou do desfecho”. O comunicado diz ainda que Rad foi demitido da companhia há um ano e que Justin Mateen “não está na companhia há anos”.
“Eles podem não gostar do enorme sucesso que o Tinder experimentou após as suas saídas, mas uvas azedas sozinhas não fazem um processo.” Por fim, a nota aponta o “rico histórico” de “declarações públicas bizarras” de Rad, de forma que o processo atual seria “mais uma série delas”. IAC e Match Group concluem que estão ansiosos para defender suas posições no tribunal.
Fonte: via TechCrunch, Canaltech