O DEM oficializou nesta quinta-feira, 2, em convenção nacional, o apoio do partido à pré-candidatura do PSDB à Presidência, encabeçada por Geraldo Alckmin. No ato político, dirigentes do partido e o presidenciável tucano aproveitaram para ironizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado no âmbito da Operação Lava Jato, mas sem fazer citações nominais ao petista. Isso porque, em 2010, Lula disse que era preciso “extirpar o DEM da política brasileira”.
“A democracia se faz do fortalecimento dos nossos partidos. O DEM é um partido que, mesmos nos piores momentos, sempre foi forte. No governo do PT, tentaram extirpar o DEM da política. Lembramos disso porque foi um ataque à democracia”, afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), antes de enaltecer o novo momento do partido.
Na sequência foi a vez de Alckmin falar aos militantes e ele também fez menção ao episódio. “Maia tinha todas as condições de ter candidatura, mas abriu mão em uma atitude generosa. Quero destacar aspectos importantes do DEM: a coerência ideológica e a coragem”, disse Alckmin. “Tinha um ex-presidente que dizia que queria acabar com o DEM porque não queria oposição. Achava que o poder político era propriedade privada. O DEM teve uma enorme capacidade de refundar, reformular e fortalecer o partido. É uma legenda com quadros”, emendou.
Em sua vez, o presidente do DEM, ACM Neto, citou “momentos difíceis” que o partido enfrentou nos últimos 16 anos, mas sem mencionar o episódio. “Nós aguardamos 16 anos por esse momento. Confesso aos colegas que eu me perguntei: será que valeu a pena? Nos mantivemos na oposição e hoje posso dizer, com toda tranquilidade, que vale a pena, sim, as decisões que tomamos e os riscos que corremos”, defendeu.
Ana Amélia
A senadora Ana Amélia (PP -RS) disse nesta quinta-feira, 2, em rápida entrevista concedida no Senado, que está disposta a ser vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB-SP), mas condicionou a decisão ao acerto entre os dois partidos em âmbito nacional e no seu estado natal, o Rio Grande do Sul. Embora tenha mostrado disponibilidade, a senadora disse que a parceria não está sacramentada.
Cuidadosa nas declarações, Ana Amélia evitou afirmar que aceita o convite do tucano. “A decisão caberá a Alckmin e ao presidente do partido (PP)”, desconversou, dizendo que “entre hoje e amanhã” deve ser feito o anúncio oficial. Tudo ainda depende de decisões sobre coligações para disputas de governos estaduais, segundo ela.