Por Fábio Grellet
Mais dois suspeitos de estarem no carro de onde partiram os tiros que mataram a vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março, tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça do Rio nesta quinta-feira, 26, segundo o jornal O Globo. As ordens de prisão, no entanto, não foram expedidas por envolvimento com a morte de Marielle e Anderson, mas por um assassinato em novembro de 2015. Até as 23h desta quinta, ninguém havia sido preso.
Segundo o jornal, a ligação entre William da Silva Sant’Anna e Renato dos Santos, réus pelo homicídio de 2015, e a morte de Marielle é o depoimento de uma suposta testemunha, que diz ter ouvido conversa em que o miliciano Orlando Araújo, o Orlando Curicica, e o vereador Marcello Siciliano (PHS) discutiam plano para matar Marielle.
A testemunha também atuava como miliciano, até 2015, em um grupo rival de Curicica – por isso, integrantes do Ministério Público suspeitam que a acusação de participação no caso Marielle pode ser só um acerto de contas entre as quadrilhas.
Segundo a Delegacia de Homicídios da capital, Curicica teria ordenado a morte do rival, Rafael Freitas Pacheco da Silva, o Leão, em 10 de novembro de 2015, em uma emboscada. Também ameaçado de morte, o sócio da vítima passou a trabalhar para Curicica e por isso, segundo afirmou à polícia, teria tomado conhecimento de detalhes dos crimes dessa milícia. Neste ano, já fora da quadrilha de Curicica, o rapaz decidiu contar à polícia sua versão sobre os crimes, apontando Curicica e Siciliano como responsáveis pelo plano de matar Marielle. Curicica e o vereador negam envolvimento.
Prisões
Na terça, outras duas pessoas apontadas pela mesma testemunha como envolvidas na morte de Marielle foram presas no Rio. Assim como no caso desta quinta, tiveram a prisão decretada por outro crime. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.