Segundo o último Boletim Epidemiológico, divulgado nesta semana pela Divisão de Vigilância Epidemiológica (DVE) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a dengue avançou e a população relaxou em relação à eliminação de criadouros do mosquito. O número de vítimas do Aedes aegypti aumentou 274% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2017, saltando de 54 para 202 – quatro vezes acima –, com 148 ocorrências a mais. Na comparação entre os meses de junho, a alta foi ainda maior, de 700%, de dois para 16, mais 14 pacientes.
Porém, quando a comparação é feita com o mesmo mês de 2016, ano em que houve epidemia na cidade e 70 casos em 30 dias, a queda é de 77,1%, com 54 registros a menos. Neste ano foram 45 casos em janeiro, 37 em fevereiro, 28 em março, 44 em abril, 32 em maio e 16 em junho. Das 202 pessoas picadas pelo Aedes aegypti, 59 moram na Zona Leste, mais 54 na Oeste, 43 na Norte, 28 na Sul e 14 na Central, além de quatro sem identificação de distrital. No ano passado inteiro, o vetor fez 246 vítimas, 99,3% a menos que as 35.043 do ano anterior, 34.797 a menos – a quantidade de 2017 é a menor em dez anos. A cidade também tem 821 notificações sob investigação, 119 somente em maio.
Já para a chikungunya não houve nenhum caso confirmado em junho. No mesmo período do ano passado, uma ocorrência da doença foi confirmada na cidade. Ribeirão Preto tem duas pessoas com a febre transmitida pelo Aedes aeghypti – uma em março e outra em abril. No entanto, fechou 2017 com aumento de 344,4%. Os dados mostram que o total saltou de nove para 40, com 31 pacientes a mais no ano passado. Não há casos de zika vírus, microcefalia ou febre amarela.
Segundo o mais recente Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), divulgado pelo Ministério da Saúde, Ribeirão Preto está na lista de 1.153 municípios brasileiros (22%) que apresentaram alto índice de infestação, com risco de surto para dengue, zika e chikungunya – o de predial (IIP), que mede a quantidade de criadouros do mosquito transmissor das doenças e também da febre amarela na área urbana, é de 5,3% no município. Significa que a cada 100 imóveis ribeirão-pretanos, mais de cinco têm focos do vetor. A cidade fechou 2017 em alerta. Na época, o IIP estava em 1,3% – inferior ao de 2016, de 1,6%.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, os números registrados estão sob controle, mas não deixam de ser um sinal de alerta. Embora a alta seja proporcionalmente pequena, levando-se em consideração a epidemia que assolou Ribeirão Preto no início de 2016, é preciso ter consciência sobre os cuidados a serem tomados.
“É preciso dar continuidade às intervenções contra o mosquito Aedes aegypti. A conscientização da população é fundamental, aliada ao trabalho que foi reforçado com limpeza, orientações e palestras para bloquear o avanço das doenças que ele transmite”, diz o secretário.
Para Luzia Márcia Romanholi Passos, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento, a população não pode se descuidar. “A população deve ficar alerta e continuar exercendo a principal forma de evitar a doença, com prevenção, ou seja, não deixar água parada nos ralos, olhar os vasos, tomar cuidado com as garrafas, que é onde o mosquito se desenvolve”, ressalta a diretora.
Várias ações de combate ao mosquito são realizadas quinzenalmente, como vistorias em depósitos de pneus usados e de ferro velho, oficinas de desmanche de veículos, borracharias, cemitérios e outros. Também faz bloqueio de controle de criadouros com nebulização e vistorias em imóveis especiais bimestralmente: edificações não residenciais de grande porte (comerciais, industriais e públicas), por exemplo.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2007………………………………………………….. confirmados 2.723 casos 2008………………………………………………….. confirmados 1.056 casos 2009………………………………………………….. confirmados 1.697casos 2010………………………………………………….. confirmados 29.637 casos 2011………………………………………………….. confirmados 23.384 casos 2012………………………………………………….. confirmados 310 casos 2013………………………………………………….. confirmados 13.179 2014………………………………………………….. confirmados 398 casos 2015………………………………………………….. confirmados 4.689 casos 2016………………………………………………….. confirmados 35.043 casos