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STJ nega recurso a Dárcy Vera

SÉRGIO MASSON/ARQUIVO TRIBUNA

A ex-prefeita Dárcy Vera (sem partido) sofreu mais uma derrota na esfera judicial. Nes­ta segunda-feira, 16 de julho, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou mais um pedido de revogação da prisão preventiva da ex-chefe do Exe­cutivo de Ribeirão Preto. Ela está na Penitenciária Feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tre­membé, no Vale do Paraíba, des­de 19 de maio do ano passado.

Este foi o 13º recurso ne­gado à ex-prefeita de Ribeirão Preto. Dárcy Vera já teve doze pedidos de liberdade rejeita­dos em várias instâncias – na 4ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), no Supe­rior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Juízes, desembargadores e ministros recusaram todos os argumentos apresentados pela equipe da advogada Maria Cláudia Seixas.

Dárcy Vera responde por corrupção passiva, organização criminosa e peculato – quando alguém tira proveito do cargo público que exerce em benefí­cio próprio ou de terceiros. O recurso em habeas corpus ne­gado nesta segunda-feira ale­gava que os argumentos para a manutenção da prisão pre­ventiva são “especulativos, mi­diáticos e não se sustentam por nenhum ângulo que os analise”, além de apontar que a ex-pre­feita possui condições pessoais favoráveis por ser mãe e possuir residência fixa, por exemplo.

A defesa também requer no habeas corpus a substituição da prisão por outras medidas cau­telares, como o uso de tornoze­leiras eletrônicas e a entrega do passaporte para a Justiça. Em outubro do ano passado, em julgamento do TJSP, foi conside­rado que a prisão preventiva da ex-prefeita teria a finalidade de “garantir a ordem pública e res­guardar a aplicação da lei penal”.

Em 2 de julho, a advogada Maria Cláudia Seixas entregou ao juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira, da 4ª Vara Crimi­nal de Ribeirão Preto, um calha­maço com 129 páginas com a defesa da ex-chefe do Executivo ribeirão-pretano. Ré em uma das ações penais da Operação Sevandija, a que investiga frau­de no pagamento de honorários advocatícios em processo de perdas inflacionárias dos servi­dores públicos.

A advogada de Dárcy Vera contesta a delação premiada do presidente destituído do Sindi­cato dos Servidores Municipais (SSM/RP), Wagner Rodrigues, que a acusa de ter recebido propina de R$ 7 milhões da ex -advogada da entidade, Maria Zuely Alves Librandi, também detida em Tremembé. A defesa da ex-prefeita ainda diz que o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organi­zado (Gaeco) rastreou contas e propriedades e não encontrou o suposto dinheiro ilícito que ela teria recebido.

Afirma também que as in­vestigações da Polícia Federal e do Gaeco não poderiam ter ocorrido na esfera regional, pois, na ocasião, Dárcy Vera contava com foro especial por exercer a função de chefe do Executivo municipal. Agora, o juiz da 4ª Vara Criminal aguar­da apenas os argumentos da defesa de Maria Zuely.

Depois das alegações fi­nais, o magistrado poderá emitir sentença. Será a pri­meira das três ações penais da Sevandija a definir se os acusados são culpados ou inocentes. Os demais réus já se manifestaram por meio de seus advogados. As outras frentes investigam fraudes e corrupção na Companhia de Desenvolvimento Econômico (Coderp) e no Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp).

A defesa alega que a ex -prefeita é inocente. A Ope­ração Sevandija foi deflagrada em 1º de setembro de 2016 por uma força-tarefa formada pelo Gaeco e Polícia Federal (PF). Em 4 de abril deste ano, os promotores entregaram ao juiz Lúcio Alberto Enéas da Silva Ferreira o relatório final da investigação que envolve a suposta fraude no pagamento de honorários advocatícios de uma ação ganha pelos servido­res referente às perdas econô­micas do Plano Collor (década de 1990), a única em que Dár­cy Vera é ré. O Ministério Pú­blico Estadual (MPE) defende a condenação da ex-chefe do Executivo e pede pena máxi­ma para ela. Se for condenada, pode pegar 30 anos

Além dela, outras cinco pes­soas são rés nesta ação penal. O relatório tem 193 páginas. Os demais réus respondem por associação criminosa, corrup­ção ativa e passiva e peculato. O ex-presidente do SSM/RP diz que a Dárcy Vera recebeu R$ 7 milhões de propina. Ela nega. A ex-prefeita também já foi conde­nada a cinco anos de prisão em regime semiaberto pelo desvio de R$ 2,2 milhões provenien­tes do Ministério do Turismo (MTur) para realização de uma das etapas da Stock Car, em 2010, primeiro ano da competi­ção na cidade e que levou cerca de 45 mil pessoas à Zona Sul.

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