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Você sabe como eram as bibliotecas no Pré-Modernismo?

O final do século XIX abrigou basicamente não só o Realismo como, também, o Naturalismo, o Parnasianismo (forma poética do Realismo) e o Simbolismo num contexto similar de caracterização das bibliotecas no país. O Simbolismo, entretanto, estética que se ini­cia nos anos finais do século XIX, ao avançar para o século XX vem a conviver paralelamente com os passos iniciais do Pré-Modernis­mo, motivo pelo qual o período a ser retratado neste texto sobre as bibliotecas está focando o início do século XX. Os valores místicos do primeiro, que envolvem sonho, fé e religião, conservadores das estéticas anteriores, passam a conviver com a busca de renovação efetuada pelo segundo, cenário, este, propício a uma alteração cultu­ral também verificada na trajetória das bibliotecas.

Aprimorada a organização dos livros, um considerável aumento de usuários nas bibliotecas permitiu a estas ganharem estantes de ferro, iluminação a gás e fichas de catalogação. O ano de 1910 marca a inauguração do edifício neoclássico que veio a sediar a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, seguida do aprimoramento dos catálogos de obras, que se uniformiza­ram, tornando-se similares nas demais instituições do ramo. A importância disso? Em todas as bibliotecas a catalogação deve­ria primar por três aspectos fundamentais: 1º) a abrangência de dados sobre a obra, 2º) a ordem fixa dos dados sobre a obra e 3º) o uso planejado de pontuações como elementos descritivos da obra. Em conjunto, esses três aspectos comporiam um códi­go padrão de normas de catalogação, que permitiria mudanças necessárias, correção de erros e acréscimo de novas informa­ções até então não previstos.

Nessa época, segundo especialistas, várias tentativas foram feitas no Brasil para a criação de um código brasileiro de cata­logação. Entretanto, “embora concentrado-se em cabeçalhos de entrada para nomes pessoais brasileiros e entidades coletivas brasileiras, mostraram-se infrutíferas”. Com isso, a literatura nacional apresenta poucos textos sobre o uso do catálogo em bibliotecas, muitos deles tratando, especificamente, da funciona­lidade de catálogos de autores e catálogos descritivos presentes em bibliotecas escolares, públicas e universitárias. Entretanto, é o catálogo o meio fundamental de recuperação da informação. Seu aperfeiçoamento devendo, então, levar em consideração quem são os usuários do acervo, sua experiência com os livros, suas necessidades e seus interesses.

Este foco no acervo, bem como, em sua preservação e orde­nação, acaba por ocasionar a automação das bibliotecas, ou seja, partindo de um empréstimo feito em fichas e de um catálogo também impresso, com livros podendo ser consultados somente dentro da biblioteca, especialistas atentavam, então, para a neces­sidade de criação de catálogos on-line, que libertassem bibliote­cários e freqüentadores dos processos manuais e dependentes do suporte em papel. Estavam prontos, então, os primeiros passos tecnológicos que dariam acesso às bibliotecas como as conhecerí­amos nos próximos cinqüenta anos.

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